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O restaurante O Madeirense, no Centro Comercial das Amoreiras, é desde 1979 o bastião da cozinha e costumes da Madeira. O proprietário Manuel Fernandes é madeirense e cumpriu o sonho de ter um local para mostrar, explicar e dar a provar o melhor do arquipélago. Não só tem conseguido como o Madeirense se tornou ponto de encontro para muitos. É uma espécie de casa dentro de outra casa, e tudo evoca a experiência total das maravilhas da Madeira. Somos recebidos por empregados com traje típico da Madeira e logo nos são colocados petiscos saborosos, se for essa a nossa vontade.
Sugiro que se comece por lapas grelhadas com limão. Temperadas com alho e manteiga, exatamente como no Funchal. Claro que há espetadas do lombo à madeirense em pau de funcho. Carne suculenta servida com milho frito e batata frita. Mas vale a pena experimentar o bife de atum frito com milho frito e molho vilão. Configura perdição. O filete de espada com banana frita é outra maravilha disponível aqui. E a carne de vinho e alhos, também ela ultra-típica, é servida temperada com vinho e alho e vem acompanhada de batata-doce, milho frito e laranja.
Se está com vontade de cozinha tradicional portuguesa, também há, em pratos bem cozinhados e muito bem servidos. É o caso, por exemplo, do bacalhau assado lascado com batata a murro e cebola, regado com azeite quente e alho. Gosto muito das gambas panadas com arroz de legumes. Faz-se um bom bife do lombo à portuguesa na frigideira com ovo estrelado e batata frita às rodelas. E há um excelente bife do lombo com cogumelos e natas, para uma abordagem mais canónica. O restaurante está aberto todo o dia, e a opção do prego do lombo no bolo do caco pode ser a mais indicada. Confesso que ainda vivo encantado com a simplicidade do milho frito, acompanhamento mais que vezeiro para um madeirense, mas novidade para um continental assumido. E é apenas uma das muitas utilizações que se dá ao milho. Ao lado de um naco de atum grelhado, é mesmo glorioso.
Em termos de cozinha portuguesa, à segunda há arroz de pato. À terça, cabrito assado. À quarta, bacalhau assado no forno. Quinta é dia de cozido à portuguesa e sexta serve-se pastéis de bacalhau com arroz de grelos. Pitéus que rapidamente criam habituação e vamos já por intuição.
A sobremesa tem várias hipóteses, mas a poncha de maracujá não pode falhar. E para condizer, deixe-se levar para o pudim de maracujá. O strudel de banana é muito bom e talvez prefira. Para voltar muitas vezes a este Madeirense.