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No restaurante Paixa, em Vale do Lobo, concelho de Almancil, temos tudo o que precisamos para ser felizes. João Lourenço teve em bom tempo a moção de se mudar da Casa Paixanito, em Querença, para o coração do Algarve mais gastronómico. Se já éramos felizes nesse reduto de outrora, neste atingimos a plena realização. O nosso herói instalou uma fabulosa garrafeira nestas instalações modernas, orientadas para receber todos. Em toada romântica a dois, em família ou em grupo de amigos somos sempre bem vindos. O cardápio está sempre disponível ao longo do período de funcionamento do Paixa e somos nós que definimos o curso da refeição.
O couvert aconselhado é a forma perfeita de começar. Pão, azeite, tremoço, azeitona e compota vêm para a mesa a nosso pedido e depois avançamos. Podemos acrescentar, por exemplo, queijo fresco de cabra e presunto ibérico de bolota. Há um fantástico carpaccio de bresaola, que é bom amigo do vinho e pode servir de motivo para abrir uma boa garrafa de um dos ótimos brancos que o Paixa alberga. Também gosto muito do peito de pato fumado que a casa disponibiliza. E o rosbife de novilho é de antologia.
Munidos de bom pão, abordamos sem complexos nem contenção preciosidades que vamos explorando a gosto. A terrina de faisão é muito boa, de gosto caseiro. Há foie gras de pato, que apetece sempre. E temos conservas de beterraba, favas e cenouras para debicar, se a toada é mais em registo saudável. Se a opção é de viagem por texturas diversas, pode pedir-se uma pequena salada de pimentos assados, delícia garantida. Ou pode apetecer mais o coração de alcachofra, com o competente molho ao lado.
A lista é infindável e, dentro ainda das friezas, as ostras são fresquíssimas e uma vez mais estamos perante um vasto conjunto de opções de harmonização vínica. Os mariscos disponíveis são todos de truz e a brigada do Paixa prepara-os como ninguém. A sapateira real é maravilhosa, vem preparada e devidamente fragmentada para facilitar a exploração. João Lourenço tem uma invejável bateria de fornecedores e só oferece o melhor aos seus clientes.
O camarão tigre é de grande nível e sabor e puxado com um pouco de piripiri é o céu. Há vieiras fresquíssimas que nos são colocadas com acompanhamentos do nosso gosto. Nunca falha, este petisco luxuoso. Temos pequenos pratos como, por exemplo, bacalhau à Brás, que representam encanto à primeira garfada. E há também, a propósito, pataniscas de bacalhau finas, estaladiças e sem excessos de gordura. A feijoada é excelente. A perna de pato confitada é do outro mundo.
No fim da empreitada marcamos mentalmente a próxima. Queremos sempre mais.