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Está aqui o restaurante que todo o português chama ao peito e aclama como dos melhores - senão mesmo o melhor - do país. Afluência notável, gente de toda a parte e nos seus muitos espaços tem sempre lugar para mais um. À entrada anuncia-se alta cozinha de Monção mas a casa que hoje é brilhantemente governada por Pedro Cardoso assume a portugalidade como um todo.
Logo que chegamos somos recebidos com sorrisos e afabilidade, sem distinções e é sempre com um sorriso nos lábios que dali saímos. As entradas são diversificadas e a combinação proposta de queijo de São Jorge, presunto pata negra e chourição é infalível, juntamente com pão quente. O serviço tem coreografia impecável e os empregados conhecem bem a clientela.
A açorda de lavagante é excecional e altamente recomendável. O mesmo se pode dizer da sopa de lavagante, bisque de sabor bem vincado. Isto se conseguir resistir a percorrer as entradas e escolher duas ou três. Proponho o bife tártaro de novilho, esta versão do chef Hugo Freitas Araújo é de suprema qualidade.
Gosto muito também do tártaro de atum fresco, que aqui se chama lâminas de atum, um toque pouco vulgar de mar que nos afaga a alma. E não pode deixar escapar os maravilhosos rissóis de camarão que a grande cozinha produz como objectos de ourivesaria. Crocantes e muito cremosos por dentro.
A secção de peixe da ementa é, como todo o cardápio, repleta de grandes valores culinários. Destaco por exemplo as pataniscas de bacalhau com arroz de feijão, deliciosas, gulosas até. O bacalhau à lagareiro é feito e apresentado com grelos e batatas e é incontornável, os amigos do fiel amigo vão deliciar-se com esta pequena maravilha. Processa-se uns filetes de peixe-galo de antologia, servidos com arroz de tomate que encantam e convencem. Nas carnes estamos muito bem, com o cabrito assado a moda de Monção a pontificar diariamente, como não podia deixar de ser.
À terça há galinha de cabidela com tal aprumo culinário que são inúmeros os que se lhe rendem e encomendam. Já agora, quarta é dia de cozido à portuguesa particularmente bem servido, com peças escolhidas a dedo e o caldo maravilhoso que todos amamos. E à Sexta sai um grande arroz de pato, de fortes tempero e personalidade.
As sobremesas são todas deliciosas, da lavra da grande chef pasteleira Dunia. Interpreta com mestria o Doce da Avó Luísa, que data da fundação da casa, em 1974. Faz uma deliciosa tarte de amêndoa. E apresenta um maravilhoso crepe Suzete, de elevadíssimo gabarito. Deixamos ao critério dos muitos clientes que por aqui passam o assunto dispensável de ser ou não o melhor. Mas é.