
Pedro Silva Reis
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Vitalidade, estratégia e novas ideias foram a base da transformação operada por Pedro Silva Reis na Real Companhia em 40 anos de carreira na empresa, 20 dos quais como presidente.
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Enoturismo, lançamento de novas marcas e de um vinho inspirado na figura do Marquês de Soveral e a conquista de novos públicos são os objetivos para os próximos tempos.
Com 266 anos de existência e atividade, praticamente ininterrupta, a Real Companhia Velha, produtora de vinhos do Porto e do Douro, fundada por alvará régio de D. José I, é uma empresa adaptada às exigências do século XXI.
Pedro Silva Reis foi o artífice da revolução operada à custa de muito esforço. "A mudança de modelo de negócio que operámos em 1997 foi o grande desafio. A empresa atuava em segmentos e mercados de Vinho do Porto, que perderam a rentabilidade e, por conseguinte, a sustentabilidade financeira estava a ser posta em causa. Tivemos de reagir, o que implicou um desinvestimento na área do Vinho do Porto e uma aposta nos vinhos DOC Douro. Foi o grande desafio", sublinhou o presidente da empresa à TSF.
Para Pedro Silva Reis, foi "pegar numa quinta grande e transformá-la numa grande quinta", referiu, com evidente humor,
A reconversão de vinhas velhas e o investimento em novas parcelas, a venda e compra de ativos, a criação da Fine Wine Divison associada à contratação de um renomado enólogo estrangeiro, a formação de equipa de enologia de luxo, liderada
por Jorge Moreira, o estado das castas raras - há 120 variedades no Douro - e uma forte aposta no enoturismo foram as traves-mestras da ação de Pedro Silva Reis.
"Foram milhões e milhões de euros em investimentos vários", acrescentou o presidente da Real Companhia Velha, empresa que produz cinco milhões de garrafas por ano e exporta para 45 países.
Nos últimos anos, o peso dos vinhos DOC Douro tem vinco a aumentar e representa dois terços das vendas no mercado interno, ou seja, o inverso do que sucede com o Vinho do Porto em termos de exportação.
Novos lançamentos e enoturismo
No vasto portefólio da empresa, a linha experimental de vinhos denominada coleção Series, criada por Pedro Silva Reis, é o exemplo paradigmático da aposta em vinhos diferenciadores, obtidos com uvas de castas tradicionais recuperadas.
Donzelino Branco 2019; Bastardo 2017 e Samarrinho Branco 2019 são alguns dos vinhos da linha series. Este último, em breve no mercado, é um vinho com muita frescura e acidez, qualidades hoje em dia particularmente apreciadas.
Outro lançamento previsto para breve é o Quinta de Cidrô Marquis Tinto 2008, eleito o melhor tinto na recente Vindouro, em S. João da Pesqueira.
Nas imediações desta vila situa-se a quinta de Cidrô, onde estão plantadas várias castas estrangeiras: Gewurztraminer 2021; Sauvignon Blanc 2021, Chardonnay, 2021, Pinot Noir 2018 são algumas das referências já no mercado.
Destaque para o Carvalhas Branco 2018, produzido com as castas Viosinho e Gouveio. È um vinho complexo, topo de gama dos brancos.
Referência para o relançado Grandjó Latest Harvest 2007, um branco que combina na perfeição com foie gras e para o Carvalhas Vinhas Velhas tinto 2010, um vinho complexo, que exprime a riqueza do Douro: produzido com 42 variedades de uvas de três parcelas, com vinhas entre os 75 e os 107 anos e de 42 variedades.
No setor do Vinho do Porto, são três as marcas. Real Companhia Velha, Quinta das Carvalhas e Delaforce.
Nota de excelência, neste capítulo, para o Real Companhia Velha Porto Tawny Jubileu 250 Anos, um vinho de 1867 produzido com os melhores anos
Dandy de Cidrô e a figura do Marquês de Soveral
Um dos próximos lançamentos da Real Companhia Velha é o novo Dandy de Cidrô, branco e tinto, inspirado na figura do marquês de Soveral.
É um vinho com baixo teor alcoólico e elegante, que expressa um Douro diferente, inserindo-se na procura de novos mercados e na resposta aos novos hábitos do consumidor.
A Casa Redonda das Carvalhas e o palácio de Cidrô
O enoturismo é outra forte aposta da Real Companhia Velha, em particular no Douro: a emblemática Casa Redonda, no alto da
Quinta das Carvalhas, sobranceira ao Pinhão, foi alvo de uma remodelação que tornou a mansão com soberba localização e panorâmica deslumbrante, mais confortável e adaptada aos novos tempos.
Em breve, será possível alugar a casa na totalidade, única modalidade prevista de momento.
Nas imediações de S. João da Pesqueira, o magnífico palácio de Cidrô com um jardim francês e rodeado de vinhedos, sofreu igualmente obras de manutenção, no sentido de preservar tão rico e histórico património.
No cais de V. N. de Gaia, o centro de visitas 17.56 Museu & Enoteca integra o Museu da 1.ª Demarcação, assumindo-se como um dos pilares do enoturismo da empresa.