Maria Teresa é nome de uma vinha centenária no Douro cujas uvas são utilizadas, em anos excecionais, na elaboração de um vinho icónico da Quinta do Crasto.
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Após dois anos vinícolas com produções abaixo da média registada na década, 2019 registou um stress hídrico moderado. Foi um ano típico do Douro, com a uva a registar uma maturação lenta, o que permitiu a elaboração de vinhos brancos muito expressivos, com excelente concentração e frescura e tintos com aromas vibrantes, grande equilíbrio e potencial de evolução.
Estavam reunidas as condições para aquele ano ser considerado excecional e, como tal, indicado para engarrafar o Vinha Maria Teresa 2019.
É um vinho emblemático da Quinta do Crasto e da sub-região de Cima Corgo, produzido com uvas de uma vinha com exposição a nascente, protegida do calor e da incidência solar.
O nome da vinha é o da primeira neta de Constantino de Almeida, primeiro dono da Quinta do Crasto, onde a produção de vinho começou em 1994. Anos mais tarde, em 2007, foi lançado o primeiro Crasto Superior, refletindo o avultado investimento nas vinhas situadas na maior região de viticultura do mundo de montanha. O domínio da matéria-prima para fazer bons vinhos com maior facilidade foi prioridade, o que levou à adoção, na Quinta do Crasto, de uma viticultura de precisão como prática, através da recolha do material vegetativo, identificação genética e definição do genótipo.
Um vinho sublime
Após 20 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês (90%) e americano (10%), a escolha do lote final recaiu na melhor seleção de barricas.
Segue-se novo estágio de um ano em garrafa até ser lançado no mercado.
O Vinha Maria Teresa 2019 apresenta cor ruby carregado, e que impressiona, no nariz pela complexidade e frescura de aromas, com notas elegantes de esteva bem ligadas, de frutos do bosque e especiarias.
Na boca, vai evoluindo após um início compacto, com taninos mais frescos e um retronasal muito ativo, com aromas frescos.
O final é muito envolvente e persistente.
Um vinho magnífico, verdadeira joia da coroa, do qual foram produzidas apenas nove mil garrafas, ao preço unitário de 255 euros.
Em anos também excecionais, a Quinta do Crasto lança outros vinhos, tal como sucedeu com dois tintos - Touriga Nacional e Touriga Franca, ambos de 2019 - que expressam a elevada qualidade dos produtos de uma das mais emblemáticas e prestigiadas quintas do Douro.