A Sovibor apostou nas vinhas de sequeiro com mais de meio século para produzir vinhos monocasta complexos e com caráter, reforçando a linha Sem Amarras e lançando novas referências da gama Mamoré de Borba
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As vinhas de sequeiro são um património muito valioso da Sovibor, a empresa de Borba liderada por Fernando Tavares, que reergueu com sucesso, à custa de muito trabalho, sacrífico e dedicação, uma estrutura com história no mundo dos vinhos do Alentejo, preservando um legado que projeta o futuro, graças um elogiável sentido de inovação assente numa enologia moderna.
Na Sovibor, experimentalismo rima com inovação, pedra de toque para o lançamento de novos vinhos, que retiram todo o potencial das vinhas e da adega localizada no coração da pequena cidade alentejana.
As vinhas com mais de 50 anos localizadas a uma cota que varia entre os 420 e os 450 metros de altitude, em solo xistoso, conseguem conservar a humidade suficiente para que as raízes não entrem em ‘stress’ hídrico.
Para António Ventura, líder da equipa de enologia em que Rita Tavares tem papel significativo, "o stress moderado é o ideal. Com o calor, as vinhas de sequeiro têm uma capacidade radicular e de captação de água significativas. Em termos técnicos, não há grandes vinhos de vinhas com conforto ou em ‘stress’ hídrico severo", sublinhou.
"As uvas de tais vinhas, mais ricas na parte fenólica, refletem o trabalho intenso da planta de modo a privilegiar a parte aromática dos frutos. As raízes desenvolvem-se mais na procura de água, emitindo ‘sinais’ em caso de ‘stress’ hídrico, o que leva a planta a defender-se, reduzindo o crescimento da parte vegetal em detrimento do desenvolvimento do fruto", explicou Amândio Cruz, consultor de viticultura,
As vinhas velhas de sequeiro deram origem a uma nova linha no diversificado portefólio da Sovibor. São vinhos diferentes dos monocastas lançados até hoje pela empresa de Borba e que se inserem no lançamento de vinhos de elevada qualidade, resultantes de um aprimorado trabalho no domínio da enologia.
Castelão Sem Amarras
O Mamoré de Borba Sem Amarras C39 Castelão 2020 é um vinho Sem Amarras, o quarto desta gama, que podemos considerar ‘fora da caixa’, para usarmos uma expressão muito em voga, e que reflete o lado mais inovador da Sovibor.
É produzido apenas em determinados anos e resulta de um trabalho de enologia metódico.
Produzido com uvas de vinhas velhas de sequeiro com mais de meio século, vindimadas à mão e colocadas em caixas de 12 kg. Com pisa bidiária, estagiou 12 meses em talha de barro não pesgada – o pês é um produto isolante à base de cera de abelha e resina - com micro oxigenação controlada. Apresenta cor rubi com ligeira evolução e aromas a bagas de bosque, com notas de menta e de alguma especiaria. Na boca, a pureza aromática da casta revela-se esplendorosa, com muita frescura, típica do Castelão, com taninos finos.
Com um potencial de guarda de 10 anos, foram produzidas 1 300 garrafas e está disponível com o mesmo preço – 29,90€ - das restantes referências da linha Sem Amarras.
Trincadeira exprime o caráter do Alentejo
Idênticos métodos de vindima – manual e colocação de cachos inteiros em caixas de 12 kg – foram utilizados na elaboração do Mamoré de Borba Vinhas de Sequeiro Trincadeira 2020.
A Trincadeira é a grande casta do Alentejo, muito resistente ao ‘stress’ hídrico.
No lagar, a pisa mais intensa permitiu um vinho com maior extração. Estagiou durante 15 meses em barricas de carvalho francês de 300 e de 500 litros, com 60 por cento de madeira nova.
Apresenta cor rubi com alguma evolução, aromas a frutos vermelhos, ligeira tosta e notas de especiarias. Na boca, é elegante e denota frescura, com taninos bem presentes. Tem um final longo e persistente, afirmando-se como um grande vinho, com um enorme potencial de evolução.
Foram produzidas 1 400 garrafas, com o preço unitário de 39,90€.
Alicante Boushet: um vinho poderoso
Processos de vindima e de vinificação idênticos foram utilizados na produção, com uvas de vinhas velhas com mais de 50 anos, do Mamoré de Borba Vinhas de Sequeiro Alicante Boushet 2020.
Estagiou 15 meses em barricas de carvalho francês de 300 – mais usadas - e de 500 litros – com um ano de utilização -, com madeira oriunda de dois bosques diferentes.
Apresenta cor rubi intenso, aromas balsâmicos a frutos vermelhos amadurecidos com notas ligeiras de tosta.
Na boca, mostra vivacidade, taninos vivos, que permitem uma longevidade assinalável, e um final longo. É um vinho poderoso – 15,5% -, para guardar e que preserva a elegância da casta.
Na Sovibor, a inovação continua a dar bons resultados, com o lançamento de vinhos bem estruturados, complexos e muito gastronómicos, com o enriquecimento das gamas Mamoré de Borba e Sem Amarras.
