Alcançar, a médio prazo, o top 3 no setor dos vinhos em Portugal e apostar no enoturismo são objetivos chave da WineStone, que apresentou novas referências e colheitas
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A WineStone, ‘holding’ do Grupo José de Mello para o setor do vinho, assinalou um ano de existência, período durante o qual passou a contar com 160 hectares de vinha nas regiões dos Verdes, Douro, Lisboa e Alentejo.
A reestruturação das adegas das quintas do Retiro Novo, no Douro, e de Pancas, na região de Lisboa, nos próximos dois anos, insere-se no plano traçado para alcançar uma meta ambiciosa a médio/longo prazo: "Estar entre os três maiores grupos do setor dos vinhos em Portugal", revelou Pedro Pereira Gonçalves, CEO da empresa.
Para concretizar tal objetivo, reconhece que "há um longo caminho pela frente", mas sublinha que tem "ambição, vontade e energia reforçadas".
Após ter investidos seis milhões de euros na Ravasqueira, nos dois últimos anos, a WineStone passou a contar com ativos privilegiados de norte a sul do país - Paço de Teixeiró (Vinhos Verdes), Quintas do Côtto e do Retiro Novo (ambas no Douro), Quinta de Pancas (região de Lisboa) e no Monte da Ravasqueira (Alentejo) - para criar bases sólidas, de acordo com as ambições do Grupo José de Mello.
Nessa linha de orientação, "cada projeto tem autonomia para elaborar produtos com identidade própria de cada região", revela Pedro Pereira Gonçalves, salientando, de algum modo em forma de tributo, a intenção de "manter o lugar de cada uma das quintas, que passaram de geração para geração".
Na reformulação traçada, a Quinta do Retiro Novo, no vale do rio Torto, bem integrada e conservada, vai ser alvo de uma estratégia diferente para ali serem desenvolvidos os vinhos DOC. Nesse sentido, passará a receber na adega, que conta com lagares em granito, as uvas provenientes da Quinta do Cotto, outra propriedade emblemática do Douro.
Um dos objetivos delineados é "tornar a Quinta de Pancas numa das principais marcas da região de Lisboa", adianta o CEO da empresa.
Aposta no enoturismo
Nesse sentido, a WineStone vai reforçar a aposta no enoturismo, investindo em particular nas quintas do Retiro Novo e de Pancas, "ativos privilegiados para visitas e experiências, que captem novos cientes. Há todo um sistema para desenvolver, uma vez que o enoturismo não se limita às dormidas. É um negócio bastante atrativo", sublinha aquele responsável.
Várias novidades e prova vertical Krohn
Na hora de celebrar um ano de existência, a WineStone apresentou várias novidades, que enriquecem o portefólio das marcas com a chancela da empresa.
Para David Baverstock, responsável máximo do departamento de enologia, "o segredo para fazer grandes vinhos está na vinha", sublinhando "a ambição e o talento da equipa. Em doze meses, o trabalho realizado foi inacreditável", realçando que "o mais importante são as pessoas num projeto desta envergadura".
A WineStone apresentou novas colheitas, onde se inclui o espumante Ravasqueira Brut Nature 2015. Com origem no Alentejo, foi elaborado a cem por cento com uvas da casta Alfrocheiro de uma parcela de 1,7 hectares e produzido segundo o método tradicional. Sofisticado, apresenta bolha fina e revela muita complexidade.
As boas surpresas da região de Arraiolos não se limitam, em termo de novas colheitas, ao magnífico espumante: o Ravasqueira Alvarinho 2023, com estágio de cinco meses em cubas de inox, aromático, muito fresco e equilibrado surpreende e justifica nota elevada.
Neste capítulo de novas colheitas, referência para o Quinta do Côtto Bastardo 2022, produzido com uvas de uma vinha plantada há mais de meio século e restaurada em 2016.
Destaque para o Sousão 2021, um grande vinho com cor densa e que justifica o estatuto de ‘ex libris’. Obtido a partir de com uvas pisadas à mão num lagar de inox de reduzidas dimensões e estágio de seis a sete meses em barrica antes de ser engarrafado, celebra de algum modo a história da emblemática quinta. A produção é muito limitada.
Da Quinta do Côtto, são oriundas duas novas referências: Reserva Branco 2023, produzido com uvas compradas das castas Arinto, Rabigato e Viosinho e estágio em barrica e Vinha de Souzais 2023, com Avesso, Trajadura e Loureiro. Um vinho que expressa o território: solo xistoso, localizado no sopé da serra do Marão, o que confere muita frescura. A fermentação em barrica dá uma outra dimensão a este vinho muito gastronómico e do qual foram produzidos 2 500 litros.
Outra novidade em termos de referências, é o Quinta de Pancas Cabernet Sauvignon 2022, um vinho com aromas vegetais, que conferem bastante frescura, e muita concentração.
Várias colheitas já no mercado estiverem em prova, antecedendo uma vertical de vinhos do Porto Vintage da Krohn: 1960; 1970; 2003; 2017 e 2022.
Uma gama de ‘vintages’ que surpreende, uma vez que a Krohn é conhecida pela qualidade dos vinhos do Porto Colheita.
Embora sem a fama das casas inglesas, produziu ‘vintages’ do mesmo nível: vinhos elegantes, aromáticos, boa estrutura, mas concentrados, que enobrecem o vasto, rico e diversificado portefólio da WineStone, que produz, por ano, dez milhões de garrafas.
