Bruxelas, 30 jun 2019 (Lusa) -- A cimeira europeia extraordinária de hoje, que será presumivelmente uma longa 'maratona' e se adivinha decisiva para desbloquear o impasse nas negociações para as nomeações dos lugares institucionais de topo europeus, vai começar com uma hora de atraso.
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Inicialmente agendada para as 18:00 em Bruxelas (menos uma hora em Lisboa), a reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) irá começar apenas às 19:00, sem perspetiva horária para terminar, uma vez que ainda estão a decorrer encontros bilaterais e outras reuniões entre líderes europeus.
A noite antecipa-se longa em Bruxelas, tão longa que os serviços do Conselho anunciaram que a cimeira de hoje pode prolongar-se até um "pequeno-almoço na segunda-feira", uma hipótese que a chanceler alemã, Angela Merkel, pareceu não excluir à entrada da reunião.
"Atendendo ao presente estado das coisas, não serão discussões nada fáceis, é o mínimo que posso dizer. Provavelmente, vai demorar", declarou, à chegada à sede do Conselho, em Bruxelas.
Também o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar "muitas horas de reunião" antes de os 28 chegarem a uma conclusão final sobre a distribuição dos lugares de topo da UE.
"Haverá um avanço decisivo esta noite", asseverou o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, lembrando que "a noite tem muitas horas".
"Estou convencido que iremos encontrar uma solução", reforçou.
Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado -- que terminou já na madrugada de 21 sem "fumo branco" -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia voltam a reunir-se hoje em Bruxelas, em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados "em pacote".
Além da presidência do executivo comunitário -- o posto que todos querem, e pelo qual estão dispostos a "abrir mão" dos restantes -- estão em jogo as presidências do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e de Alto Representante para a Política Externa, assim como a presidência do Parlamento Europeu, já que, embora esta seja decidida pelos eurodeputados, é tradicionalmente também negociada "em pacote", de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.
Perante o impasse nas negociações entre as três grandes políticas famílias europeias -- Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas Europeus e Liberais --, sobretudo, devido à divergência em torno da figura a designar para a presidência da Comissão Europeia, o Parlamento Europeu decidiu adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para terça-feira, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso.