A célula do PCP na Câmara de Lisboa considerou hoje extemporâneo o novo plano da autarquia para os teatros municipais e sublinha que não foi objeto de discussão nem de aprovação em nenhum órgão da autarquia.
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"A célula do PCP no município de Lisboa considera extemporâneo o anúncio da vereadora da cultura [do plano para os teatros da autarquia], já que em nenhum órgão municipal tais ideias foram objeto de discussão e aprovação, a menos que impere o 'posso e mando', e apela aos trabalhadores e à população de Lisboa que se mobilize e defenda este importante instrumento da política cultural de Lisboa", lê-se no comunicado hoje divulgado pela célula do PCP na autarquia de Lisboa.
O núcleo dos militantes do PCP na Câmara de Lisboa considera ainda que se "impõe a discussão e definição de uma política cultural para a cidade, nos seus diversos campos e expressões", e sublinha que "não é por via de concessões que se garantem as políticas que melhor servem a cidade e o país".
As afirmações da célula do PCP remetem em particular para uma possível concessão a privados dos teatros Maria Matos e do Bairro Alto, anunciada pela vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, numa entrevista publicada na edição de domingo do jornal Público.
Nessa entrevista, Catarina Vaz Pinto disse que a rede de teatros municipais vai ser repensada, prevendo "novas vidas" para os teatros Camões, do Bairro Alto, Maria Matos e, a médio prazo, para o Teatro Variedades, no Parque Mayer.
Os teatros municipais são dez, dois dos quais -- São Luiz e Maria Matos - têm sido geridos, até agora, pela Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC). Os restantes são o Teatro Aberto, Cinearte, o espaço do Teatro Meridional, o Teatro Taborda, A Comuna, o Capitólio, o Teatro Luís de Camões e o Teatro Variedades.
Segundo a vereadora, o Teatro Maria Matos e o do Bairro Alto vão ser concessionados a privados, prevendo-se a abertura dos concursos em janeiro, contando Catarina Vaz Pinto tê-los concluídos em fevereiro ou março.
A célula do PCP na autarquia lembra que o plano anunciado agora para o Maria Matos "mais não é do que o que foi implementado em 2006", quando o teatro reabriu.
A vereadora conta que o novo modelo para estes teatros possa ser posto em prática a partir de setembro, outubro, ou até eventualmente em janeiro de 2019, alegando que há todo um trabalho de programação que não se faz de um dia para o outro.