Estudo aponta milho geneticamente modificado para ajudar Moçambique nas secas e pragas
Maputo, 01 jul 2019 (Lusa) - Um estudo da Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), divulgado hoje, sugere o milho geneticamente como uma estratégia para resistir à seca e às pragas comuns em Moçambique.
Corpo do artigo
"O rendimento aumentou duas vezes em relação ao milho normal", revelou hoje, em Maputo, Pedro Fato, investigador do IIAM, num seminário para a divulgação dos resultados do ensaio.
Os investigadores realizaram o estudo em quarentena no regadio de Gaza, província do sul de Moçambique.
A perspetiva é que no futuro a semente geneticamente modificada seja distribuída por todos os produtores do país.
A equipa de investigadores diz não haver ainda indicação de efeitos adversos do produto geneticamente modificado no que tange à biossegurança.
"Não existe nenhuma evidencia científica sobre o trabalho que fizemos ou que tenha acontecido algo aos humanos, animais ou ambiente", acrescenta.
Uma rede interinstitucional que está a trabalhar no assunto vai aconselhar o Governo moçambicano sobre os passos seguintes, assim que for concluído o exame final à resistência daquela variedade num ambiente natural.
No sul de Moçambique a seca já provocou a destruição de 125.855 hectares de culturas alimentares.
Cerca de 536 mil famílias de 103 distritos de Moçambique estão em risco de fome devido aos efeitos combinados de estiagem, pragas e inundações, após os ciclones Idai e Kenneth, segundo dados oficiais.