Díli, 01 jul 2019 (Lusa) -- O Estado timorense só conseguiu executar 38,6% dos 1.492 milhões de dólares do Orçamento Geral do Estado (OGE) nos primeiros seis meses do ano, segundo dados do Portal da Transparência do Ministério das Finanças de Timor-Leste.
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Até final de junho e segundo estes dados, consultados pela Lusa, o Governo tinha executado cerca de 572 milhões de dólares, dos quais 487 milhões efetivamente pagos e 85,42 milhões em obrigações.
Isso implica que, se for contabilizado apenas o valor que efetivamente já foi pago -- 487 milhões a execução é ainda menor, de apenas pouco mais de 32%.
Os dados mostram que nos primeiros seis meses do ano o Estado tinha ainda compromissos de 121,65 milhões de dólares.
Estes dados indicam que, em média, o Estado gastou cerca de 115 milhões de dólares por mês.
A pesar na baixa execução está, entre outros fatores, o Fundo de Infraestruturas, tendo o Governo executado apenas 34,3% da dotação de mais de 280 milhões, com a Conta do Tesouro a ter uma execução de 41,7% da sua dotação de quase 937 milhões de dólares.
Já do lado da receita, o Portal da Transparência mostra que o Estado tinha arrecadado até domingo um total de 116,41 milhões de dólares, o que representa 58,6% do estimado para todo o ano.
Dados do Banco Central confirmam que nos primeiros quatro meses do ano o Governo não fez qualquer levantamento do Fundo Petrolífero, a principal fonte de receitas para o OGE.
O relatório trimestral do primeiro trimestre do Fundo Petrolífero e o relatório mensal de abril confirmam não ter havido esses levantamentos pelo que, pelo menos até final de abril, o executivo viveu apenas com o que tem na conta do Tesouro.
Empresários e fornecedores do Governo têm-se vindo a queixar de atrasos no pagamento por parte do Governo de dívidas em atraso, algumas das quais afetadas pelo impasse político e o regime de duodécimos que se viveu no ano passado.