Bruxelas, 01 jul 2019 (Lusa) -- A chanceler alemã, Ângela Merkel, disse hoje acreditar que os líderes europeus chegarão a um consenso na terça-feira sobre os cargos de topo na UE, depois de uma cimeira de mais de 18 horas que foi adiada sem acordo.
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"Espero que, com boa vontade, seja possível chegar a um compromisso", disse Merkel, em declarações aos jornalistas após a decisão do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, de suspender os trabalhos mais de 18 horas depois do início da reunião em que se deveria ter chegado a um acordo sobre as nomeações para os cargos de topo da União Europeia (UE).
A chefe do Governo alemão reconheceu que as discussões são "complexas", salientando ainda que há posições muito diferentes entre alguns países, nomeadamente de "grandes Estados-membros que não aceitaram as propostas hoje apresentadas" e oposição de alguns líderes que integram o Partido Popular Europeu à indicação do holandês Frans Timmermans para presidente da Comissão europeia.
"A política faz-se tentando aplicar o que é possível e isso por vezes é demorado", disse, defendendo que "mais vale esperar mais um dia, dormir uma noite sobre o assunto e voltarmos para ver se há um novo ponto de vista.
Os trabalhos foram hoje suspensos e serão retomados na terça-feira às 11:00 em Bruxelas (10:00 de Lisboa).
Vários líderes do Partido Popular Europeu (PPE), assim como a Itália, opuseram-se à solução negociada na cidade japonesa de Osaka, à margem da cimeira do G20, entre a chanceler alemã Angela Merkel (PPE), o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez (Socialistas) e o Presidente francês, Emmanuel Macron (Liberais), que previa a designação do socialista holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia.
Fontes europeias indicaram que as últimas propostas sobre a mesa previam invariavelmente Timmermans como presidente do executivo comunitário, mas não houve entendimento sobre a distribuição dos restantes postos, incluindo os nomes da búlgara Kristalina Georgieva, do Partido Popular Europeu (PPE), para a presidência do Conselho Europeu, do alemão Manfred Weber (PPE) para a presidência do Parlamento Europeu, e do belga Charles Michel (Liberal) para Alto Representante da UE para a Política Externa.
Este novo adiamento acontece em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados 'em pacote'.