Bruxelas, 02 jul 2019 (Lusa) -- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, salientou hoje que todos os líderes da União Europeia (UE) apoiaram o pacote de candidatos hoje apresentados para cargos de topo, apesar da abstenção formal da Alemanha.
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"Conseguimos chegar a um acordo sobre todo o acordo antes da primeira sessão do Parlamento Europeu (PE). Há cinco anos demorámos três meses e ainda assim houve líderes que contestaram, desta vez levámos três dias mas ninguém foi contra", salientou Tusk, acrescentando que "apesar de se ter abstido na indicação para a Comissão Europeia devido a problemas internos na coligação do Governo, pessoalmente a chanceler Merkel apoiou o conjunto" das escolhas.
O presidente do Conselho Europeu manifestou-se, em conferência de imprensa no final de três dias de cimeira, satisfeito por se ter conseguido "um equilíbrio de género, com duas mulheres" em quatro cargos.
"Valeu a pena esperar por um resultado destes", disse, saudando a indicação da ministra da Defesa alemã, Úrsula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia e da diretora do FMI, Christine Lagarde, para o Banco Central Europeu (BCE).
Tusk disse ainda esperar que o PE, que elege esta quarta-feira o seu presidente, contribua para o equilíbrio das forças políticas, nomeando para a primeira metade do mandato de cinco anos um eurodeputado do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D, que integra o PS) e na segunda parte um do Partido Popular Europeu (PPE, a que pertence Von der Leyen.
Sobre o equilíbrio geográfico, o ainda presidente do Conselho Europeu acrescentou esperar que a escolha do PE recaia sobre cidadãos da Europa Central e Oriental.
Questionado sobre o facto de não ter sido escolhido nenhum dos 'spitzenkandidaten' (candidatos principais) que se apresentaram ao cargo de presidente da Comissão Europeia nas eleições ao PE, Tusk lembrou que "era claro desde o início que este não era um procedimento obrigatório".
"Quisemos respeitar tanto as pessoas como o procedimento", sublinhou, adiantando que tanto o holandês Franz Timmermans (socialista)como a dinamarquesa Margrethe Vestager (liberal) serão nomeados primeiros vice-presidentes numa futura 'Comissão Von der Leyen'.
Tusk salientou ainda que os líderes da UE querem "encorajar a ministra da Defesa alemã a respeitar um equilíbrio de género e geográfico nas vice-presidências".
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram hoje a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, indicando a alemã Úrsula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, anunciou Donald Tusk.
Anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, o compromisso alcançado ao fim de uma 'maratona' negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, desde as 18:00 de domingo (menos uma hora em Lisboa), contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, a indicação do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.
Os eurodeputados irão escolher na quarta-feira o presidente do hemiciclo europeu, cujo mandato poderá ser divido entre dois eurodeputados, dependendo das negociações entre as diferentes famílias políticas.
O nome da política alemã terá agora de ser confirmado pelo PE, que aprovará também individualmente todos os candidatos a comissários
A outra mulher hoje apontada para um cargo de topo, Christine Lagarde, é atualmente diretora do FMI quando Portugal pediu, em 2011, um resgate de 78 mil milhões de euros à 'troika', que incluiu ainda a Comissão Europeia e o BCE.