Viena, 01 jul 2019 (Lusa) -- O ministro do Petróleo do Irão, Bijan Namdar Zanganeh, advertiu hoje que a OPEP pode deixar de existir devido ao que designou de unilateralismo, referindo-se ao acordo entre Moscovo e Riade realizado antes da reunião do grupo.
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"O principal perigo que a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) enfrenta agora é o unilateralismo", disse Zanganeh à chegada a Viena, assegurando que "a OPEP vai morrer com esse processo" de decisão conduzido unilateralmente pelo seu rival regional, a Arábia Saudita.
O Irão declarou-se igualmente, neste momento, contra qualquer acordo de cooperação a longo prazo visando perpetuar a parceria entre a OPEP e os seus aliados, agrupados sob a designação OPEP+.
No entanto, Teerão apoiará a renovação dos limites de produção, dos quais o país tem estado isento devido ao restabelecimento das sanções norte-americanas que estrangulam as suas exportações de petróleo, precisou o governante iraniano.
O prolongamento das quotas parece ser consensual dentro do grupo formado pela OPEP e pelos seus parceiros, tendo em conta a necessidade de estabilizar os preços num contexto de forte tensão geopolítica à volta do Irão, do marasmo da procura e da oferta abundante.
O anúncio de que a Arábia Saudita, o maior produtor da OPEP, e a Rússia, maior produtor do grupo de aliados, tinham alcançado no sábado, à margem da reunião do G20, um acordo para prolongar os limites à produção de petróleo permitiu que o preço do barril ultrapassasse hoje os 60 dólares nas bolsas europeias.
A OPEP realiza hoje a primeira reunião ministerial de 2019, que será presidida pelo ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, e da qual se espera um prolongamento por mais seis ou nove meses do corte da produção de petróleo em vigor no primeiro semestre.
Depois do encontro de hoje, os ministros do setor dos 14 membros da OPEP voltarão a reunir-se na terça-feira para participar na sexta reunião com os 10 produtores aliados desde 2016, liderados pela Rússia.