Lisboa, 02 jul 2019 (Lusa) - O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje perante o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que Portugal acompanha com empenho a procura de uma paz duradoura em Moçambique, sob a sua liderança.
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"Acompanhamos com empenho a preocupação de construção de uma paz duradoura e sustentada, sob a liderança de vossa excelência", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à comunicação social, no Palácio de Belém, em Lisboa, onde hoje recebeu Filipe Nyusi, no início da sua visita de Estado a Portugal.
Com o seu homólogo moçambicano ao seu lado, o Presidente português acrescentou: "Por isso, acompanhamos o processo eleitoral e a preocupação da construção de uma estabilidade política, económica e social na pátria irmã. Por isso, acompanhamos as decisões económicas a pensar no desenvolvimento, também ele sustentado, abrindo para a justiça social".
Sobre as relações luso-moçambicanas, o chefe de Estado português defendeu que há que "reforçar os laços bilaterais, em todos os domínios" e, no plano da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), insistiu que "a mobilidade das pessoas é muito importante", reiterando que Portugal deseja um entendimento quanto a esta matéria.
No quadro multilateral, sustentou que Portugal e Moçambique convergem, desde logo, nas Nações Unidas, em matérias como as alterações climáticas, quanto aos "grandes valores que devem nortear a comunidade internacional" e "no reforço da parceria entre a Europa e África".
Marcelo Rebelo de Sousa falou também sobre os ciclones tropicais Idai e Keneth que recentemente atingiram Moçambique, referindo que motivaram solidariedade de "todo o Portugal", incluindo as Forças Armadas, Proteção Civil, instituições de solidariedade social e empresas.
"E sabe da nossa disponibilidade para a tarefa da reconstrução", realçou, dirigindo-se para Nyusi.
No seu discurso, que antecedeu uma intervenção do Presidente moçambicano, após a qual não houve respostas a perguntas dos jornalistas, o chefe de Estado português saudou a comunidade portuguesa em Moçambique, a comunidade moçambicana em Portugal e os seus contributos para o futuro dos dois países.
"De tudo isto nós falámos hoje. Em rigor, nunca deixámos de ir falando ao longo dos últimos três anos e meio. É assim. Discretamente, fomos falando. Nenhum tema ficou por falar, bilateral ou multilateral", relatou.
No início da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa disse que foi uma "escolha muito intencional" da sua parte o convite a Filipe Nyusi para estar presente na sua tomada posse, em 09 de março de 2017, e recordou a sua "inesquecível visita de Estado a Moçambique", a primeira do seu mandato, em maio de 2016.
Depois, manifestou "uma expectativa muito elevada" em relação à visita de Estado "particularmente completa" do Presidente moçambicano, que termina na sexta-feira, em Viseu.
No final da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao Presidente moçambicano que pode estar certo "do carinho inesgotável dos portugueses pelo povo irmão e sempre presente de Moçambique" e também do seu particular "enlevo" de há muito tempo "por Moçambique, pela terra, pelas gentes, pela sua força para resistir a ventos e marés e afirmar-se no seu legítimo orgulho nacional".
"Não há distância entre o Índico e o Atlântico que separe a força íntima, indestrutível, da fraternidade entre os nossos dois povos", declarou.
IEL