Moscovo, 02 jul 2019 (Lusa) -- O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que a morte de 14 marinheiros a bordo de um submarino russo é uma "grande perda", ordenando uma investigação para que sejam apuradas "as razões para a tragédia".
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"Esta é uma grande perda para a Marinha, e para o Exército como um todo", disse Vladimir Putin ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, durante uma transmissão televisiva, ordenando que sejam encontradas "as razões para esta tragédia".
O Presidente da Rússia deu indicações ao ministro da Defesa para viajar para o porto de Severomorsk e garantir uma investigação completa às causas do incidente.
"Pedi para que viaje para Severomorsk (no noroeste da Rússia) de modo a ouvir pessoalmente as informações e relatórios e garantir que vão ser estabelecidas as causas para esta tragédia", frisou.
Vladimir Putin expressou também as suas condolências aos familiares das vítimas.
"Temos que fazer tudo o que seja necessário para lhes garantir apoio e ajuda", salientou.
Catorze marinheiros morreram na sequência de um incêndio num submarino da marinha russa, disse hoje o Ministério da Defesa da Rússia.
Os marinheiros morreram quando o submarino realizava testes militares em águas territoriais do norte da Rússia.
O incêndio foi extinto pela tripulação do submarino, que agora se encontra ancorado no porto ártico de Severomorsk, uma base da Frota do Norte da marinha russa, para reparações.
Segundo o Ministério da Defesa, os marinheiros mortos sucumbiram aos fumos do incêndio, que os envenenaram, mas as conclusões ficam reservadas para o final de um inquérito que já se iniciou.
Para já, as autoridades russas não revelam mais pormenores, nem sequer o número de marinheiros que se encontrava a bordo do submarino, um AS-12, de propulsão nuclear, batizado Locharik, em homenagem a um personagem de banda desenhada do tempo da União Soviética.
O acidente de hoje reavivou as memórias da tragédia do submarino Kursk, que se afundou durante manobras militares no mar de Barrents, matando 118 marinheiros, em 12 de agosto de 2000.
A perda do Kursk permanece até hoje como o pior desastre de sempre da marinha russa, apesar de outros acidentes graves, como o que matou 20 marinheiros asfixiados a bordo do submarino Nerpa, no mar do Japão.
Outros acidentes fatais ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, envolvendo submarinos, principalmente soviéticos, mas também americanos, contando entre eles o que provocou o desaparecimento do USS Thresher, com 129 pessoas a bordo, que se tornou o maior desastre com esta tipologia de embarcações até hoje.