Estocolmo, 01 jul 2019 (Lusa) -- As forças armadas da Suécia anunciaram hoje que passaram a dispor de um novo sistema de defesa antiaéreo na ilha Gotlândia, posto avançado do país no mar Báltico, num contexto de tensão com a Rússia.
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"Graças à sua situação geográfica, a ilha oferece vantagens militares essenciais relativamente à proteção e controlo da navegação marítima, controlo aéreo sobre o mar Báltico e capacidade de colocar unidades militares e sistemas de armas", explicou o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas suecas, o general Micael Bydén, num comunicado.
O sistema de defesa antiaéreo utilizado -- o BAMSE SRSAM -- foi desenvolvido pela empresa aeronáutica Saab nos anos 1990 e no início dos anos 2000.
Com um alcance de 15 a 20 quilómetros, permitirá um aumento "significativo" do alcance das capacidades antiaéreas do regimento da Gotlândia.
Após a anexação da província ucraniana da Crimeia, a aproximação de aviões russos ao espaço aéreo dos países nórdicos, o bloqueio de radares civis e a observação em 2014 em águas suecas de um submarino que Estocolmo supõe ser russo -- apesar do Moscovo negar -- levaram a Suécia a tentar reforçar a sua defesa, que vinha perdendo peso desde o final da Guerra Fria.
Em 2015, o país escandinavo decidiu voltar a enviar tropas para a Gotlândia, 10 anos depois de ter acabado com o seu regimento. Em janeiro de 2018, a ilha voltou a ter um regimento.
Bydén sublinha que a instalação do sistema BAMSE é uma "solução rápida" para fazer face a um nível de ameaça reforçado, mas assinala a necessidade de sistemas antiaéreos mais recentes.
Em 2018, o governo sueco deu "luz verde" ao exército para a compra do sistema de antimísseis norte-americano Patriot.