O tenista Pedro Sousa qualificou a vitória sobre o alemão Jan-Lennard Struff, no play-off do Grupo Mundial da Taça Davis em ténis, como uma das "mais importantes e saborosas" da sua carreira.
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"Sem dúvida que esta foi das mais importantes e saborosas [vitórias], mas ainda nada está ganho. A eliminatória ainda vai a menos de metade e amanhã [sábado] há um encontro de pares para ganhar", salientou o tenista lisboeta, depois de bater o número um alemão por 6-2, 7-5 e 7-6 (7-5), no segundo encontro de singulares do 'play-off' que decorre até domingo, no Jamor (Oeiras).
Para Pedro Sousa, o de hoje foi o seu maior triunfo na Taça Davis, talvez até da carreira, porque jogou "muito bem, contra um grande jogador". Apesar de ter parecido sempre muito descontraído ao longo do embate com o 54.º tenista mundial, o português brincou, dizendo que não é um inconsciente e que teve noção da importância daquele momento.
"É um 'play-off' do Grupo Mundial, no 'Centralito', contra a Alemanha. Houve jogos importantes este ano, aprendi muito com eles, como a última ronda do 'qualifying' de Roland Garros, em que dispus de dois 'match points' [e perdeu]. As finais de 'challenger' também me ajudaram a preparar para este momento", revelou, referindo-se a como conseguiu sacudir o nervosismo.
O 107.º do 'ranking' ATP disse que, para si, foi igual entrar em 'court' com Portugal em desvantagem e que a derrota de João Sousa no primeiro singular não mudou a sua maneira de encarar o encontro.
"Falei tanto com o Rui [Machado, diretor técnico do ténis nacional], como com o João [Sousa], que o conhecem bem, mas estava mais preocupado com o que eu poderia fazer. Ele se calhar jogou poucas vezes com vento, e eu consegui adaptar-me bem. Consegui fazer o que tinha planeado", prosseguiu.
Fundamental no seu triunfo foi o 'Centralito', o mais emblemático dos 'courts' do complexo de ténis do Jamor (Oeiras), onde jogou desde pequeno e do qual tinha saudades.
"Estou habituado a jogar neste 'court', este vento é quase diário. É melhor para mim. Ele ficou mais confortável com as condições no segundo 'set', mas eu mantive a superioridade e ganhei", justificou.
Questionado sobre as duplas faltas que cometeu em momentos decisivos, Sousa arrancou gargalhadas aos presentes ao dizer que essa era a história da sua vida.
"O serviço nunca foi a minha arma, nunca há-de ser. Melhorou, mas ainda por cima com este vento, não é fácil. Já estou habituado a jogar com esta condição", explicou, recusando-se a antever um hipotético papel decisivo no último dia do 'play-off': "Ainda agora fizemos 1-1, ainda não pensei nisso. Vamos concentrar-nos nos pares primeiro e no domingo logo se vê."
Já o 'capitão' Nuno Marques destacou que o 1-1 entre Portugal e Alemanha é um bom resultado.
"Este encontro foi muito bom. O Pedro esteve sempre muito bem, teve sempre uma grande atitude. Pareceu até que estava a ser fácil. Esteve muito bem na maneira como lidou com os momentos de dificuldade. Ele era um adversário muito bom, que o fez jogar", analisou.
Sobre João Sousa, que perdeu em quatro 'sets' com Cedrik-Marcel Stebe, o selecionador nacional assumiu que o primeiro encontro do 'play-off' não foi o melhor do número um mundial.
Marques anteviu ainda o duelo de pares, marcado para sábado, recordando que João Sousa e Gastão Elias são um par muito forte.
"Eles já fizeram pares épicos e sabemos que amanhã temos de jogar um par importante. Aconteça o que acontecer, nada vai estar garantido", concluiu.
O 'play-off' do Grupo Mundial, no qual Portugal procura garantir, pela primeira vez na história, a subida ao escalão principal da Taça Davis, decorre até domingo no Jamor.