O presidente da Comissão Europeia acredita num Governo de coligação em Portugal capaz de durar toda a legislatura, até porque a actual situação impõe «um grande esforço para a estabilidade».
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Confrontado com o facto de nunca um governo de coligação em Portugal ter cumprido toda a legislatura, sendo o caso mais recente precisamente o de um governo PSD/CDS-PP por si liderado (2002-2004), o antigo primeiro-ministro português disse não querer «entrar em considerações políticas» sobre Portugal, mas realçou que «as condições actuais não são comparáveis com as condições de há alguns anos atrás».
«Se mais não fosse, a actual situação impõe a Portugal um dever muito especial de responsabilidade e um grande esforço para a estabilidade», destacou.
Durão Barroso sublinhou o que considerou também «um facto muito importante« saído das eleições legislativas de domingo passado, o de além do triunfo do PSD e «da maioria que está anunciada como maioria de Governo», haver «uma maioria de cerca de 80 por cento dos deputados que apoiam o programa que foi acordado com a UE e o FMI».
«Os partidos que se opuseram ao acordo (PCP e Bloco de Esquerda) tiveram um resultado, enfim, modesto, comparando com a esmagadora maioria dos portugueses que votaram que deram a sua confiança aos partidos que quiseram o programa com a UE e o FMI», realçou.
Durão Barroso considerou ainda que «o facto de aquele que virá a ser o futuro primeiro-ministro (Pedro Passos Coelho) ter dito logo na sua primeira intervenção que vai formar um Governo de maioria é sem duvida uma boa indicação para reforçar a confiança em Portugal».