O secretário-geral do PCP defendeu hoje que dar esmolas aos pobres, como alegadamente fez o candidato ao Porto, Luís Filipe Menezes, «não resolve os problemas da sua vida» e que a «melhor ajuda» seria que encontrassem emprego.
Corpo do artigo
«Quando ouvimos para aí que o atual presidente desta câmara municipal [Luís Filipe Menezes] tem muita pena dos pobrezinhos, e está a dar uma ajuda aqui e acolá, nós consideramos que a melhor ajuda que esses mais de 30 mil desempregados poderiam ter era encontrar trabalho, emprego e o direito a salário», afirmou em Gaia Jerónimo de Sousa no final de uma marcha pelo emprego promovida pela candidatura local da CDU, liderada por Jorge Sarabando.
Para o líder do PCP «a principal aspiração de um pobre é deixar de o ser e não [é] receber esmolas, nem receber este ou aquele favor, que não resolve os problemas da sua vida».
Em causa está uma notícia avançada sexta-feira pelo jornal "Público", intitulada "Luís Filipe Menezes paga rendas a moradores de bairros pobres do Porto" que gerou grande tumulto entre as candidaturas à autarquia do Porto, com o Bloco de Esquerda a enviar queixa à Comissão Nacional de Eleições, a CNE a notificar Menezes para responder em 24 horas e o PS a apelar hoje à intervenção da CNE e da Procuradoria-Geral da República.
Entretanto, o número dois da candidatura de Menezes, Amorim Pereira, disse, numa conferência de imprensa convocada de urgência, que será dada conta ao Ministério Público dos factos «ardilosamente construídos para tentar denegrir» a candidatura e garantiu que só foi dado dinheiro a uma idosa doente.
Também sobre as autárquicas, Jerónimo de Sousa disse ainda que «não vão ser eleições onde a verdade esteja toda em cima da mesa, porque este governo, e os partidos que o apoiam, estão a esconder aos portugueses o que pretendem fazer imediatamente após o dia 29 de setembro».
Isto porque, e como já afirmou em outras ocasiões, «a 'troika' estrangeira adiou a sua vinda a Portugal para fazer a chamada oitava e nona avaliação» na qual dirá «a este governo subserviente que é preciso cortar mais nos direitos».