Em Santiago do Cacém, o secretário-geral do PCP garantiu que o partido apresentará na nova Assembleia da República uma iniciativa legislativa para aumentar o salário mínimo nacional.
Corpo do artigo
«No resto da campanha eleitoral e mesmo depois do dia 5 de Junho trataremos essa questão para a ordem do dia na Assembleia da República, assumiremos a iniciativa legislativa para que o Estado o cumpra um compromisso com os trabalhadores», disse o líder comunista no comício de campanha da CDU, em Santiago do Cacém.
Perante os apoiantes comunistas, Jerónimo de Sousa recordou que, em Janeiro, o Governo assumiu em sede de concertação que aumentaria o salário mínimo, actualmente em 485 euros, no valor de 25 euros.
No entanto, criticou que nada mais foi feito, apesar de o prazo para tomar essa medida acabar no fim deste mês.
Para o secretário-geral comunista, a explicação é que PS e PSD até se «anteciparam» às medidas de austeridade impostas pela "troika" do FMI, BCE e Comissão Europeia, «congelando até o salário mínimo».
É um exemplo daquilo que «não está dito» nesta campanha eleitoral, com os dois maiores partidos entretidos em «guerras de comadres» que às vezes «até parece que vão chegar a vias de facto».
Juntando-lhes o CDS, Jerónimo de Sousa aludiu à «troika nacional» uma canção popular: «juntaram-se os três à esquina a tocar a concertina, a dançar o solidó».
«Eles até substituem o "Só", o "Li" e o "Dó" pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu», acrescentou
No final do comício, em Santiago do Cacém, Jerónimo de Sousa citou o poeta António Aleixo: «Vós que lá do vosso império/ prometeis um mundo novo/ cuidado que pode o povo/ querer um mundo novo a sério».