A cabeça de lista pelo Porto, Maria Vítor Mota, defende uma «revolução do sistema económico», com a transformação dos bancos em entidades sem fins lucrativos.
«O que queremos é uma economia solidária", disse à Lusa Maria Vítor Mota, durante uma acção de campanha frente a uma agência bancária na Avenida dos Aliados, no Porto.
A candidata propôs que a Caixa Geral de Depósitos, seja o primeiro a assumir-se sem fins lucrativos, passando a cobrar pelo empréstimo de dinheiro «uma comissão de serviço fixa» que cubra apenas os gastos administrativos.
Maria Mota referiu que o partido pretende chamar a atenção «para o facto de esta sociedade estar toda à volta do dinheiro. Isto tem de ser posto em causa, tem de haver uma reconversão»", salientou.
A candidata notou que uma «grande fatia» da chamada «ajuda externa» a Portugal «vai para a banca», que apenas está focada na procura do lucro e já pouco arrisca em operações de capital de risco.
Maria Mota admitiu que o fim da banca lucrativa «é uma proposta que pode parecer absurda ao poder político e financeiro, que apenas promove a concentração da riqueza em poucas mãos».
Para a dirigente do PH, o «valor estúpido que é o dinheiro» tem de ser substituído por «outros valores mais importantes, como a reciprocidade».
«Esta é uma das soluções. A reconversão do papel da banca na sociedade deve ser encontrada pelos políticos», afirmou, classificando a aplicação das propostas do PH como uma «revolução não violenta».
O Partido Humanista defende também a criação de uma «lei de propriedade participada», para que haja uma maior ligação entre capital e trabalho e possa haver reinvestimento produtivo.