Ouvido pela TSF, António Capucho diz que o PSD não pode cometer erros dada a aproximação do PS nas sondagens e confirma que recusou o convite para ser "número dois" de Fernando Nobre.
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O social-democrata António Capucho considerou «perigosa» a aproximação do PS ao PSD nas intenções de voto para as legislativas de 5 de Junho revelada pelo Barómetro da Marktest para a TSF e Diário Económico.
«Tem de haver cuidado e não cometer erros, nomeadamente, agora a reacção a esta situação decorrente das negociações em curso com a troika é muito importante para que os portugueses percebam que é absolutamente irrazoável dar outra vez uma maioria ao PS que nos últimos seis anos governou e nos conduziu a este beco sem saída», explicou.
Ouvido pela TSF, o ex-presidente da câmara de Cascais diz que seria preferível dar a maioria ao PSD, que «pode ter cometido este ou aquele erro, mas que são erros apesar de tudo ultrapassáveis», mas que «manifestamente merece credibilidade da maioria dos eleitores».
Este conselheiro de Estado confirmou ainda que foi convidado para integrar as listas de candidatos do PSD e ser vice-presidente da Assembleia da República atrás de Fernando Nobre, convite que declinou pois o médico da AMI não tem perfil para este cargo.
«Não tem qualquer experiência política, manifestou sinais de incoerência e inconsistência política que conhecemos desde as eleições presidenciais e é alguém que pode ser chamado de um momento para o outro para a Presidência da República, o que é ainda pior», explicou Capucho.
O antigo autarca de Cascais entende que chamar Fernando Nobre para cabeça de lista do PSD ao círculo de Lisboa «não é brilhante», mas colocá-lo como candidato à presidência da República é «desajustado», «surrealista e estranho».
Lembrando que não ouviu vozes que estejam a favor desta situação e que este é já um facto consumado, Capucho sugeriu que Nobre pudesse ter um lugar no Conselho de Estado, lugar «interessante e para o qual mostra aptidão».
«Sei que a intenção de Pedro Passos Coelho foi honesta, convencido de que Fernando Nobre para além de ser uma figura muito importante na sociedade civil portuguesa por tudo o que tem feito em favor dos que mais precisam, mas não tem perfil para o lugar», adiantou.