A ministra do Governo de coligação PSD e CDS-PP, em 2002, disse à TSF que o novo Executivo de coligação deve visar «o interesse nacional» em detrimento dos «interesses partidários».
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A ministra da Justiça no Executivo de Durão Barroso recorre à sua experiência governativa para explicar como é o líder do CDS-PP enquanto negociador.
«O dr. Paulo Portas é um mestre na negociação, é um negociador muito objectivo quer sempre aquilo que lhe pertence por via da confiança e dos votos que recebeu do eleitorado», disse Celeste Cardona em declarações à TSF.
Questionada sobre as negociações entre PSD e CDS-PP para a formação do próximo Governo, Cardona diz que não serão fáceis. E lembra que os votos das últimas eleições indicam que os portugueses esperam que os dois partidos estejam em sintonia.
«Não sei se serão fáceis, mas, pelo menos, são evidentes e exigíveis. O que os eleitores disseram a 5 de Junho é que o PSD e o CDS se devem entender e superar as dificuldades e as divergências que tenham a nível programático».
Em declarações à TSF, Cardona sustenta que o próximo Executivo deve ter como «objectivo essencial o interesse nacional mais do que os interesses partidários».
Segundo a antiga ministra da Justiça «é mais importante discutir a competência dos governantes para o próximo Governo do que quantos ministérios terá».
Isto porque, refere, «nesta fase importa superar as dificuldades e encontrar uma estrutura operativa e operacional que seja ágil e competente.Os partidos devem entender-se nos objectivos a alcançar e nas pessoas mais competentes».
Sobre a sua passagem pelo Governo de coligação de Durão Barroso, em 2002, Celeste Cardona disse que foi uma convivência «saudável, transparente e com boa fé. É isso que se exige nas relações entre as pessoas, que não deixam de o ser por fazerem parte de um Governo».
A ex-governante lembra que o Executivo de que fez parte era «homogéneo nos objectivos e princípios» e sublinha que as «relações foram boas quer nível partidário e quer a nível do funcionamento do Governo enquanto órgão colegial».
Sobre a a privatização da Caixa Geral de Depósitos, da qual fez parte da administração após a saída de Durão Barroso para Bruxelas, Celeste Cardona diz «não concordar» com a proposta lançada pelo PSD.
«Não concordo. A Caixa Geral de Depósitos é a maior instituição financeira do país e tem objectivos precisos na economia portuguesa a nível de exemplo e de regulador do sistema financeiro», defende.