Carmelinda Pereira acusa os responsáveis pela comunicação social de afastarem os "pequenos partidos" uma vez que consideram as suas propostas «loucas».
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«Quem manda na comunicação social não está de acordo com as políticas de partidos como o POUS, que põem na ordem do dia a retirada do programa da "troika", disse hoje à agência Lusa a líder do Partido Operário de Unidade Socialista, Carmelinda Pereira.
«Estas propostas são consideradas loucas, como se há 500 anos quem dizia que era a terra que girava à volta do sol e não o sol que girava à volta da terra também era louca, até podia ser queimada numa fogueira», sublinhou.
Durante uma acção de campanha em Portalegre, a líder do garantiu que vai marcar presença no ciclo de debates televisivos, agendados com as forças partidárias sem assento parlamentar.
O Tribunal de Oeiras condenou recentemente as três televisões generalistas a realizarem debates frente a frente com todos os partidos concorrentes às legislativas que assim o desejarem até ao último dia da campanha.
No entanto, o PCTP/MRPP não aceitou os moldes dos debates propostos pelas televisões, considerando que estas tentaram «sabotar» a decisão judicial, pelo que até agora ainda não se realizou qualquer dos frente-a-frente previstos.
Carmelinda Pereira disse que gostaria de entrar nos debates com os partidos com assento na Assembleia da República (AR) para que o país tivesse oportunidade de assistir a «quem tinha razão» no debate político.
«Nós é que somos considerados utópicos e loucos e não temos direito à palavra. Não ficamos surpreendidos que não nos dêem acesso aos debates, porque obviamente que se eu pudesse debater frente a frente com os partidos que dizem que é preciso debater na política da destruição do país, íamos ver quem tinha razão no debate», declarou.
Para a líder do POUS, esta situação em redor dos debates televisivos «não é normal», considerando ainda que a democracia «está a andar para trás».
Carmelinda Pereira assegurou que nos debates televisivos vai defender a «socialização, o planeamento e o aprofundamento da democracia» em Portugal e «rejeitar a 'toika'».