O secretário-geral do PS pediu ontem, em Évora, desconfiança sobre as palavras de quem governa o país. António José Seguro saiu em defesa do Estado Social e da escola pública.
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«Cada vez que ouvirem falar o Governo em requalificação, virem a palavra porque verdadeiramente o que eles querem dizer é despedimento. E muitos desses despedimentos são para professores», sublinhou o secretário-geral do PS durante um discurso no comício de apoio à candidatura do socialista Manuel Melgão à Câmara de Évora.
António José Seguro acusou ainda o Governo de estar a fazer «o maior ataque à escola pública depois do 25 de Abril», assinalando que «questões ideológicas» separam os socialistas dos partidos da coligação.
O líder socialista deu como exemplos casos de «escolas com 180 crianças sem auxiliar de educação», um agrupamento com «126 crianças com necessidades especial com apenas três professores» e «turmas com 30, 35 e mais alunos».
Seguro realçou que cada professor despedido está a «somar-se ao quase um milhão de portugueses desempregados», mas referiu que, com esse plano, o Governo está «sobretudo a retirar qualidade na escola pública», o que «não afeta apenas o professor despedido», mas sim «todos aqueles que estudam na escola pública».
António José Seguro realçou ainda que o PS não aceita que se cortem mais nas pensões e nas reformas e que o Governo «faz mal» ao insistir nos cortes, porque «o que está a acontecer ao país é uma autêntica hemorragia».