Em entrevista à RTP, o antigo presidente da República e conselheiro de Estado adverte que Fernando Nobre nunca foi parlamentar para ser presidente da Assembleia da República.
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O Chefe de Estado não pode dizer que não tem capacidade de manobra, defende Mário Soares para quem o Presidente da República devia assumir maior preponderância para um consenso em torno do programa de ajuda externa.
Reportando-se a Cavaco Silva que «queria fazer uma magistratura de influência activa», o conselheiro de Estado questiona: «que outra oportunidade tem ele [Cavaco Silva] para ser activo senão agora?».
Mário Soares considera que no congresso do PS, que decorreu, este fim-de-semana, em Matosinhos, falou-se pouco dos problemas do país, sublinhando que coloca o interesse nacional acima do facto de o Partido Socialista ganhar ou não as eleições.
Questionado sobre o facto de Fernando Nobre ser cabeça de lista por Lisboa do PSD nas legislativas, o antigo Presidente da República não quis fazer considerações de valor sobre a opção do ex-candidato independente a Belém.
No entanto, diz ter reservas quanto à capacidade de Nobre vir a ocupar a presidência do Parlamento, alegando que «o candidato do PSD nunca foi parlamentar para começar logo a ser presidente da Assembleia da República».
Para Mário Soares esta é uma opção que não será benéfica para o PSD.