Confronto entre duas filosofias diferentes, para um mesmo conceito.
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Um é já um carro da “moda”, o outro ainda nada à conquista de adeptos, mas assim que colocamos lado a lado estas duas alternativas no mundo dos híbridos, não é preciso muito para identificar as diferenças.
Os dois combinam motores de combustão, com propulsores eléctricos. No caso do Prius trata-se de um motor 1.5 VVTi, no Civic IMA (Assistência por Motor Eléctrico Integrado) um 1.3 i-VTEC, muito semelhante ao que equipa o Jazz. Apesar de parecerem muito semelhantes, há grandes diferenças entre estes dois modelos, e logo a começar pela forma de os conduzir. O Prius destaca-se pelo desenho mais alternativo, e também pela tecnologia que lhe está associada, principalmente a capacidade do condutor poder seleccionar que tipo de propulsão pretende utilizar, podendo desta forma dar mais utilidade ao motor eléctrico. Essa liberdade tem limites, já que o recurso ao motor eléctrico só pode acontecer a baixas velocidades, e por um período de tempo reduzido. Sempre que se distrair, ou precisar de carregar um pouco mais no acelerador, é imediatamente, e de forma automática, feita a comutação para o motor de combustão. No Civic, a mobilidade eléctrica também é possível, mas neste caso o condutor não tem qualquer intervenção, e apenas se limita a mero espectador das decisões tomadas pelo “cérebro” IMA.
Em estrada, também os comportamentos são distintos, e as sensações muito diferentes. Ao volante do Civic, podemos contar com uma condução muito descontraída, e de forma quase tão natural como em qualquer outro habitáculo. A insonorização é muito boa, e o conforto a bordo é também bastante aceitável, assim como os materiais, que se apresentam sóbrios. As informações nos painéis de bordo são de fácil leitura, e apenas nos deixamos por vezes distrair pela indicação da partilha de esforços entre o motor a gasolina, e o motor eléctrico. Em travagem, o motor eléctrico passa a alimentar as baterias.
No Prius, Importa sublinhar a elevada tecnologia com que somos brindados a bordo desta verão ensaiada (HighPack), que se apresenta equipada, por exemplo, com um sofisticado sistema de auxílio ao estacionamento, com câmara na traseira, em que o carro estaciona sozinho, e o condutor tem apenas de controlar o travão. A rechear este Prius, temos ainda o GPS, a climatização independente para condutor e passageiro, tudo isto com informações reunidas num ecrã digital de 7”, sensível ao toque. Muita tecnologia, mas também alguma distracção associada. É que as informações que se apresentam ao condutor levam muitas vezes à tentação de desviar a atenção para o painel de bordo, que diga-se, é demasiado confuso na primeira abordagem, requerendo algum tempo de habituação, e muita aprendizagem para não ficarmos baralhados ao primeiro toque. O habitáculo do Prius é mais pobre no que toca à estética, e peca em demasia na insonorização quando circulamos, por exemplo, numa auto-estrada. Vantagem do Prius, num aspecto prático e decisivo - a capacidade da bagageira. O volume é maior no Toyota, e é premitido rebater o banco traseiro, uma operação «proibida» no Honda, que guarda as baterias entre a bagageira e o habitáculo.
Quanto aos consumos, as diferenças são assinaláveis. Durante o ensaio, o Prius registou uma média de 5,3l/100km, enquanto que no Civic IMA foi difícil baixar dos 6l/100km. Apesar destas prestações, a Toyota anuncia emissões de CO2 de 115g/km, o que não surpreende já que há opções no mercado equipadas com motores convencionais diesel que já alcançaram esse nível de «limpeza». A Honda garante que as emissões não vão além dos 105g/km.
O Civic IMA testado pela TSF, na variante Executive, custa 26.780€ (estando disponível a partir de 21.920€). Já no caso do Toyota Prius, o preço da versão ensaiada ronda os 31.680€ (a versão mais barata vale 26.830€).
O falso híbrido
A TSF ensaiou também uma versão do Smart Fortwo que usa a sigla MHD (Micro Hybrid Drive), sendo que de híbrido, este pequeno só tem mesmo o nome.
Truques de marketing à parte, este Smart limita-se a recorrer a um sistema stop&start, que desliga o motor assim que a velocidade baixa dos 8km/h. No que toca à defesa do meio ambiente, há uma redução das emissões de CO2, de 112 para 103 g/km, e uma descida nos consumos, que passam de uma média de 4,7 para 4,3 l/100.
O sistema funciona sem sobressaltos, ou solavancos. Assim que abrandamos a marcha, na aproximação de um semáforo por exemplo, o motor cala-se, e regressa à vida mal levantamos o pé do pedal do travão.
A Smart já anunciou que vai alargar este sistema a todas as unidades a gasolina do Fortwo (71 e 61 cv). Argumentando com a tal redução de cerca de 8% nos consumos, a marca prepara-se para incluir esta função no equipamento de série de todos os Fortwo …a gasolina.