Uma equipa de biólogos está a reintroduzir as águias pesqueiras em Portugal. Há 20 anos que estas aves desapareceram do país enquanto espécie nidificante. Uma extinção que pode estar perto do fim. O trabalho dos biólogos está a dar resultados.
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O projeto é liderado pelo CIBIO da Universidade do Porto e decorre em parceria com a EDP. Nas margens do Alqueva os biólogos procuram criar um núcleo reprodutor de águias pesqueiras. Um trabalho moroso e que obriga a muitas libertações até que apareçam os resultados. Tem sido assim noutros países, como Espanha e Itália e é assim que está a ser em Portugal.
As águias são trazidas muito jovens da Escandinávia, ficam três semanas dentro da "torre de hacking" e depois são postas em liberdade. Ficam à pescar no Alqueva durante dois meses e meio e durante esse periodo fazem o "imprinting" da zona, ou seja, assumem que é dali que elas são originárias. Depois imigram para o norte de África.
Ao final de dois anos regressam já maturas sexualmente e com vontade de procriar. É pelo menos esse o desejo dos biólogos. É também isso que ao fim de cinco anos começa a acontecer. Já foram avistadas várias águias-pesqueiras libertadas no Alqueva e na Costa Vicentina foi visto um casal com comportamentos reprodutores.
A reportagem da TSF "Liberdade para voar" acompanhou ao longo de vários anos o trabalho dos biólogos e o dia-a-dia destas aves que em tempos eram chamadas de "guinchos" e eram fáceis de encontrar na costa portuguesa.