No Dia Mundial da Bicicleta, a TSF conta a história de Masooma Alizada, Zahra Alizada, Frozan Rasooli e de outras mulheres afegãs que todos os dias desafiam convenções. São membros da equipa nacional feminina de ciclismo e ajudam a quebrar tabus ao "som dos pedais".
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Na década de 90, as mulheres no Afeganistão ainda viviam sob a lei talibã que as impedia de ir à escola, ter um emprego ou mesmo sair de casa sem estarem acompanhadas por um familiar masculino. Desde então alguns hábitos e regras mudaram, mas uma mulher com roupas desportivas numa bicicleta de alta competição ainda choca grande parte da sociedade.
Em Cabul, as ciclistas saem bastante cedo para treinar. O objetivo é evitar confrontos, mas já lidaram com insultos e algumas já foram atingidas por pedras ou lixo. Nada que desmotive estas mulheres que treinam tanto de verão como de inverno, e também depois do anoitecer durante o Ramadão, o mês do jejum religioso.
O treinador é Abdul Sadiq que foi, durante muitos anos, o único ciclista profissional no Afeganistão. Há décadas que Abdul treina ciclistas, mas o projeto foi interrompido durante o governo talibã.
Os anos de conservadorismo deixaram a sua marca, pois são pouco mais de 40 as mulheres que se atrevem a pedalar. Agora, o objetivo da equipa passa pelos Jogos Olímpicos de 2016.
Um trabalho de Cláudia Arsénio. Fotografias de Mohammad Ismail da Reuters.