
© Rui Pinheiro
Dez anos depois da última edição, o No-Noise regressou ao Porto em formato de mini-festival ou No-Fest.
2015: Primeiro dia de Agosto num prédio típico do Porto, a associação SONOSCOPIA acolhe o No-Noise - um mini-festival de explorações sonoras e experiências performativas. Esta associação portuense com as portas abertas ao mundo vem-nos habituando a sessões intimistas de criação e partilha de ensaios sonoros, intercaladas com petiscos de faca e garfo que vêm directamente da cozinha desta antiga creche.
O No-Noise Fest 2015 foi uma plataforma interativa entre apreciadores e criadores de música experimental, num desafio constante ao uso normalizado de instrumentos musicais para a criação de ambientes sonoros não convencionais. Quimera Rosa (ar/fr) ou a interação sonora entre ciborgues com recurso a um sistema de circuitos eletrónicos que gera sons através do contacto entre os corpos. A improvisação contestatária de Audrey Lauro (fr) a escapar à linguagem normalizada do saxofone. A obra de Alfredo Costa Monteiro e Miguel A. Garcia (pt / es) que foca a poesia visual e sonora de tipo low-fi, em que o material básico de criação são sons derivados de aparelhos eléctricos e electrónicos, inter-ligados com gravações de campo e instrumentos acústicos. Lubok (pt) banda de rock experimental com guitarras etéreas, ritmos minimais e vozes hipnóticas. A destacar também o trabalho de Pedro André (pt) que recriou um ambiente noise/industrial/minimalista.
Entre concertos, DJ Lynce e Phantasma sonorizaram o terraço solarengo, à mistura com a gastronomia Sono-caseira e cerveja Cristal. No terraço secundário estiveram bancas com edições independentes locais como a Favela Discos, Tomé Duarte, Lovers & Lollypops, Marvellous Tone, Oficina Arara e Bunker Store.
Texto de Vanessa Mateus, fotografia de Rui Pinheiro.