Sim, pegámos em marretas e picaretas e partimos a TSF da Matinha. Mas temos um desafio maior pela frente. Construir todos os dias uma TSF maior e melhor nas Torres de Lisboa.
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Sim, pegámos em marretas e picaretas e partimos a TSF da Matinha. Mas temos um desafio maior pela frente. Construir todos os dias uma TSF maior e melhor nas Torres de Lisboa.
Há verbos que precisam de um substantivo muito específico. Mudar precisa de coragem. Porque implica sair da zona de conforto. Não ter medo de perder a memória. Escolher confiar no futuro.
A TSF mudou de casa. E esta mudança diz muito da nossa inquietação. A música e letra que o José Mário Branco compôs há vários anos assenta que nem uma luva naquilo que somos. Inquietação. É só inquietação.
Podíamos contar-lhe a história de 18 anos na Matinha. As notícias que demos, os Governos que anunciámos, as catástrofes, as guerras, as crises. Podíamos contar-lhe como rimos até nos doer a barriga, como chorámos até nos secarem as lágrimas, como sofremos até acharmos que não haveria sofrimento pior que o nosso, como vibrámos de orgulho, por nós e pelos que são como nós. Podíamos contar-lhe como fomos felizes na Rua 3 da Matinha do Edifício Altejo, mas essa história, grande parte dela pelo menos, já conhece. E a que ainda falta contar, se não se importa, fica connosco.
Preferimos falar-lhe da TSF do presente e do futuro. Da Xana. Do Beto. Da ACH. Da Lena. Do João, do Mário e do Domingues. Do Vítor e do Hugo. Do Herlander e do Mésicles. Do Félix e do Dias. Da Leonor, do Tucas, da Sónia e do Dias. Da Laimen e da Joana. Da Rosinha, sabe quem é? Da Ana e da Gabi. Do Manel e do Miguel. Do Ricardo, do Picoto e da Fernanda. Do Coelho. Da Guilhermina, da Rita, da Sofia e da Margarida. Do Artur, do Quim, da BB. Do Rui, do Barreto, da Judith e do Neutel. Da Teresa, da Baptista e do César. Do Alves. Preferimos falar-lhe destes e de tantos outros que em Lisboa, no Porto, em todo o país e pelo mundo, ajudam a alimentar a inquietação que faz da TSF muito mais que uma rádio de notícias. A TSF é a paixão da rádio.
Partimos. No sentido mais literal do verbo. Foi assim uma espécie de ato libertador. Inquietação. Podemos partir tudo? Chamamos amigos? Quem construiu e constrói todos os dias também tem direito a dar umas marretadas, não? Vieram comentadores e ex-diretores, vieram humoristas e fundadores. Sabem quem apareceu? O Cochicho. "Ninguém toca no quadro da TSF! É o Cochicho que o tira". Se aquele quadro se aguentou preso à parede durante 18 anos, sem nunca cair, a ele se deve.
Partimos... inquietos. Este vídeo serve apenas para lhe garantir a si, ouvinte da TSF, que a inquietação faz parte de nós e que o nosso compromisso é o mesmo de sempre. A melhor informação - esteja ela no fim da rua... ou no fim do mundo.