Em 1926, Oymyakon, uma localidade no leste da Sibéria, na Rússia, terá atingido a temperatura recorde de 71,2 graus negativos. O dado não foi oficialmente reconhecido mas, seis anos depois, foram registados 67,7 graus negativos na estação meteorológica. O frio é um desafio diário para os seus cerca de 500 habitantes.
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Em Oymyakon, junto ao Rio Indigirka, na República de Sakha, os dias variam entre três horas durante o inverno e 21 horas no verão. O solo está permanentemente congelado o que significa que os habitantes não podem produzir colheitas. A alimentação consiste sobretudo em carne de rena e de cavalo.
Os transportes e automóveis ficam parados com frequência, pois os combustíveis como o gasóleo congelam a -50ºC. As crianças só faltam à escola se a temperatura passar dos 50 graus negativos.
Os canos sem uso podem congelar em menos de cinco horas, a tinta das canetas também congela e o equipamento eletrónico deixa de funcionar conforme as diferentes reações de dilatação e contração dos metais a temperaturas muito baixas.
Como foi referido, o solo está sempre congelado e por isso os habitantes demoram vários dias a cavar uma sepultura. Para o fazer, acendem uma fogueira e usam as brasas para "cavar" alguns centímetros. Uma ação repetida várias vezes até haver espaço suficiente para um caixão.
Um trabalho realizado a partir de fotografias de Maxim Shemetov da agência Reuters.