Lula da Silva completa este domingo um ano de prisão. O ex-presidente foi condenado no processo Lava e cumpre uma pena de 12 anos e um mês. O correspondente da TSF no Brasil relata a rotina do antigo presidente na prisão, os próximos passos na Justiça e o dia em que Lula foi preso.
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A 7 de abril de 2018, o Brasil e o Mundo assistiam ao percurso de Lula da Silva da sede do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo, onde nasceu e cresceu politicamente, para a polícia federal de Curitiba, onde iria cumprir 12 anos e um mês de prisão por determinação do juiz da Lava Jato Sérgio Moro.
Um ano depois, o antigo presidente, à época líder das sondagens para as presidenciais de dali a seis meses, continua detido, Jair Bolsonaro, que o perseguia nas pesquisas, foi eleito e Moro tornou-se ministro da justiça.
Na cela de 15 metros quadrados, além dos desaires políticos, Lula sofreu ainda com as notícias das mortes de Sigmaringa Seixas, advogado e político do PT de quem era íntimo, do irmão mais velho, Vavá, e, sobretudo, do neto Arthur, cujo desaparecimento aos sete anos o abalou profundamente, segundo os amigos que o visitam todos os dias.
A rotina de Lula, aliás, é acordar às 7 da manhã, vestir a camisa do seu partido, o PT, ou do seu clube, o Corinthians, para fazer exercícios físicos, comer de tudo menos doces por quase da condição de pré diabético, passear ao sol duas vezes por semana e reunir-se com amigos e advogados por uma hora de manhã e outra à tarde.
Através desses contactos, Lula montou a estratégia de campanha do seu substituto Fernando Haddad e continua a ditar os rumos do PT durante o governo Bolsonaro. E vai-se inteirando do andamento dos seus processos.
Na próxima semana, a sua defesa prepara uma contra ofensiva jurídica no Supremo Tribunal de Justiça para retirar o crime de lavagem de dinheiro do caso do apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e assim reduzir a pena e passar Lula para regime de prisão domiciliar a breve trecho.
Os seus advogados vão basear a defesa numa tese defendida ainda no julgamento do Mensalão, em 2012, pela juíza Rosa Weber, ou melhor, pelo seu grupo de juízes auxiliares, entre os quais se encontrava Sérgio Moro.