Militares belgas começaram hoje a assumir a vigilância de locais considerados sensíveis na Bélgica, nomeadamente em Antuérpia, onde vive uma importante comunidade judia, após o desmantelamento na quinta-feira de uma célula terrorista que preparava atentados no país.
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«O comité ministerial decidiu mobilizar progressivamente até 300 militares. Estes soldados serão mobilizados em Bruxelas e Antuérpia (norte). Poderão ser colocados também em Verviers (este) e em outros locais», informou, em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro Charles Michel.
«Os militares mobilizados estarão armados e terão como principal tarefa a vigilância de determinados locais. Irão reforçar a ação da polícia», acrescentou.
O governo belga anunciou na sexta-feira o destacamento do exército para alguns locais, no dia seguinte a uma operação policial em Verviers, durante a qual morreram dois "jihadistas" que, segundo as autoridades, preparavam ataques contra polícias.
A chamada dos militares para as operações de manutenção da ordem aconteceu pela primeira vez na Bélgica após uma vaga de atentados cometidos nos anos 80 por células de combatentes comunistas.
A medida, anunciada sexta-feira juntamente com outras que visam impedir a radicalização de candidatos europeus a participarem na "jihad" e a irem para a Síria e o Iraque, é válida por um mês renovável.
O nível de alerta contra o terrorismo é desde quinta-feira de 3 numa escala de 4.
O autarca de Antuérpia reclamou imediatamente o envio de tropas para a localidade, que acolhe uma importante comunidade de judeus ortodoxos estimada entre 15.000 e 20.000 pessoas.
Hoje, os primeiros soldados, fortemente armados, começaram a patrulhar o bairro judeus da cidade, local considerado sensível no contexto dos atentados abortados quinta-feira, noticiou hoje a cadeia de televisão pública VRT.
A célula desmantelada durante a noite de quinta-feira para sexta-feira era parcialmente composta por 'jihadistas' que tinham estado na Síria.
Segundo as autoridades, o plano dos terroristas previa a morte de polícias na via pública e em esquadras.
Treze pessoas foram detidas, das quais cinco foram acusadas de «participação em grupo terrorista».
Dois alegados membros da célula, dois belgas que pretendiam fugir para Itália, foram detidos em França.