Saudação militar dos jogadores turcos numa partida contra a Albânia levou Le Drian a cancelar a presença no jogo.
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O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, abdicou da presença no jogo entre a França e a Turquia, do grupo H de apuramento para o Euro2020 de futebol, revelou esta segunda-feira à AFP o gabinete do governante.
"A presença estava prevista na agenda do ministro, mas ele decidiu não assistir ao jogo", revelou o gabinete ministerial, sem revelar os motivos que levaram Le Drian a recuar na decisão de estar presente esta segunda-feira no Estádio de França, em Paris.
O jogo da seleção campeã mundial surge num momento em que Ancara lança uma ofensiva militar contra as posições das milícias curdas no nordeste da Síria, que já provocaram dezenas de mortos e levaram vários países europeus, entre os quais a França, a anunciar um embargo temporário da venda de armas à Turquia.
O contexto da ausência de Le Drian ganhou dimensão no último jogo da seleção turca. No jogo entre a Turquia e a Albânia, a contar para o Grupo H de qualificação para o Euro2020, os jogadores turcos fizeram uma saudação militar interpretada pelos franceses como um gesto de apoio à ofensiva militar contra os curdos.
"Com esta saudação militar, a seleção nacional turca ultrapassou, infelizmente, a barreira entre desporto e política", escreveu no Twitter Jean-Christophe Lagarde, presidente da União dos Democratas e Independentes e do grupo de estudos sobre os curdos da Assembleia Nacional. "Não podemos dar as boas-vindas (...) aos que saúdam o massacre dos nossos amigos curdos!"
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A UEFA também já se pronunciou sobre o caso, indicando que vai "examinar" os gestos, reforçando que "os regulamentos interditam referências à política e à religião". Vários políticos têm apelado ao cancelamento da partida entre França e Turquia, marcada para as 19h45 desta segunda-feira.