O presidente francês defendeu hoje a liberdade de expressão como um dos princípios e valores franceses, após protestos em vários países contra as caricaturas do profeta Maomé publicadas pelo semanário satírico Charlie Hebdo.
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Uma semana após os atentados terroristas em Paris, que causaram 20 mortos, François Hollande disse que «há tensões no exterior, onde as populações não compreendem o que é o compromisso com a liberdade de expressão».
O chefe de Estado francês sublinhou que a «França tem princípios e valores» entre os quais se destaca «a liberdade de expressão», mas recordou que os Estados onde se registaram protestos contra o jornal atacado, como o Paquistão, Jordânia, Líbano ou Níger, são países que a França «apoiou na luta contra o terrorismo».
Vários países mostraram nos últimos dias a sua condenação das caricaturas publicadas pelo Charlie Hebdo na primeira edição após o ataque de 07 de janeiro à sua redação em Paris.
Ontem, milhares de pessoas manifestaram-se em vários países muçulmanos após o lançamento, na quarta-feira, de uma nova caricatura do profeta Maomé na capa do Charlie Hebdo.
Os protestos mais graves ocorreram em Zinder, a segunda cidade do Níger, onde o Centro Cultural Francês foi incendiado por manifestantes, tendo os protestos causado quatro mortos e 45 feridos.
Já hoje, a polícia anti-motim do Níger usou gaz lacrimogénio para dispersar milhares de manifestantes junto à grande mesquita da capital Niamey.
Os manifestantes atiraram pedras contra a polícia e queimaram pneus, enquanto gritavam "Allah Akbar" (Deus é grande).
Mauritânia, Argélia, Senegal, Paquistão, Jordânia, Líbano e Turquia são outros países onde manifestantes saíram à rua contra o Charlie Hebdo, cuja capa da mais recente edição consideram insultuosa.