Varoufakis invoca «boas maneiras» para não falar da relação com Maria Luís Albuquerque
O ministro grego das finanças prometeu dizer sempre a verdade, mas, quando questionado ontem em conferência de imprensa, sobre a posição de Portugal e Espanha, preferiu dizer que há «uma coisa chamada boas maneiras».
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Yanis Varoufakis prefere não avançar na conversa sobre a relação que mantém com Maria Luís Albuquerque e Luís de Guindos. Ontem na conferência de imprensa final, após o acordo alcançado com o Eurogrupo, e questionado pelos jornalistas, o ministro grego das finanças lembrou que os homólogos ibéricos são seus colegas no Eurogrupo acrescentando que reconhecia que «eles têm as suas próprias prerrogativas políticas» e que «ficou claro pelas suas posições que eles estavam impelidos por essas prerrogativas. Eu respeito isso».
Perante a insistência dos jornalistas, sobre a polémica com os ministros de Portugal e Espanha, Varoufakis lembrou que «prometeu dizer sempre a verdade, mas há uma coisa chamada boas maneiras» e não avançou na resposta.
O ministro grego reconheceu ainda que os dois países, Portugal e Espanha, fizeram um esforço para contribuir com empréstimos bilaterais à Grécia. Mas lembrou que ele próprio se opôs, em 2010, a tal iniciativa porque «esse dinheiro nunca foi para a Grécia. Cerca de 90% foi para aos bancos e as condições que estavam ligadas a esse dinheiro lançaram-nos numa espiral negativa na qual perdemos o saldo com que poderíamos reembolsá-lo».