Sete polícias ficaram feridos hoje em confrontos com manifestantes em concentrações do Dia do Trabalhador em Istambul (Turquia), onde usaram gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os que se dirigiam à praça central de Taksim.
Corpo do artigo
De acordo com a emissora CNN Türk, cerca de 20 mil polícias bloqueavam esta manhã a praça, cujos acessos estavam cortados, com os transportes públicos interrompidos para impedir que se realizem atividades naquele local emblemático.
Outros canais de televisão transmitiram imagens de ambulâncias e de confrontos entre agentes e manifestantes em vários bairros de Istambul.
O Governo de Ancara proibiu este ano a tradicional celebração do 1.º de Maio na praça Taksin devido às obras em curso, as quais, alega, fazem com que não seja seguro realizar grandes concentrações na zona.
No entanto, as organizações de trabalhadores e o principal partido da oposição, o CHP, insistiram em rumar a Taksim devido ao significado histórico de que se reveste a praça.
A 01 de maio de 1977, 36 pessoas morreram na sequência de disparos da polícia contra uma multidão de 500 mil pessoas.
Depois do golpe militar de 1980, foi proibida a utilização da praça como palco para este tipo de celebrações.
Apesar do veto, todos os anos eram realizadas concentrações. Em 2009, o espaço foi reaberto oficialmente para estes protestos e desde então a praça tem vindo a ser cenário de concentrações sem incidentes a cada 1.º de Maio.
«Lanço um apelo ao governador de Istambul: levante as barreiras. Abra Taksim. Ali morreram 36 companheiros. Se não podemos celebrar o 1.º de Maio ali, para nós não é 1.º de Maio», afirmou o presidente da Confederação de Trabalhadores Revolucionários (DISK), Kani Beko.