A perspetiva de um julgamento aos acusados dos ataques do 11 de Setembro está mais próxima, depois de a justiça norte-americana ter divulgado hoje acusações contra os cinco suspeitos, que podem ser condenados à morte, segundo o Pentágono.
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Khaled Cheikh Mohammed, natural do Kuwait e o "cérebro" auto-proclamado dos atentados, e os seus quatro ajudantes nos ataques, «estão acusados de serem responsáveis pela preparação e pela execução dos atentados do 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque, Washington e Shanksville (Pensilvânia), que mataram 2976 pessoas», anunciou o Pentágono.
As autoridades «entregaram o caso a uma comissão militar capital, o que significa que os cinco acusados poderão ser condenados à morte caso sejam considerados culpados», esclarece o Departamento de Estado, em comunicado.
Khaled Cheikh Mohammed, de 46 anos, bem como o iémnita Ramzi ben al-Chaïba, o paquistanês Ali Abd al-Aziz Ali e os sauditas Wallid ben Attach e Moustapha al-Houssaoui, deverão comparecer dentro de 30 dias em tribunal para serem formalmente acusados.
No entanto, o processo poderá começar apenas daqui a alguns meses.
Depois de anos sem avanços, no início de março foi ultrapassada uma etapa significativa do processo, quando um antigo acólito de Khaled Cheikh Mohammed acordou com a acusação testemunhar contra ele.
Inicialmente, a administração Obama queria julgar o cérebro dos atentados e os seus quatro ajudantes na justiça de direito comum, em Manhattan, a dois passos do Ground Zero, onde se erguiam as torres gémeas.
No entanto, esta opção foi travada pelos congressistas republicanos, que impediram a transferência para os Estados Unidos dos suspeitos de terrorismo.
Os cinco acusados, detidos na prisão de Guantánamo, em Cuba, deverão ser julgados num tribunal militar de exceção criado por George W. Bush e depois reformado por Barack Obama para melhor garantir os direitos da defesa.