45 detidos e seis polícias suspensos em noite de confrontos em Hong Kong (vídeos)
Os violentos confrontos que tiveram, esta noite, Hong Kong como palco, com a polícia a recorrer a gás pimenta para dispersar centenas de manifestantes, resultaram em 45 detidos, informaram as autoridades. Seis polícias foram entretanto suspensos.
Corpo do artigo
A polícia voltou a recorrer ao gás pimenta para dispersar centenas de manifestantes que pouco antes da meia-noite se entrincheiraram numa das ruas próximas do complexo que alberga a sede do Governo e o Conselho Legislativo (LegCo, parlamento) de Hong Kong.
[youtube:tqUPO-4J95Q]
Ao início da madrugada, ativistas do movimento 'Occupy Central' forçaram a retirada de várias dezenas de agentes, que se viram encurralados por centenas de manifestantes que conseguiram cortar o tráfego e montar barricadas na via. Cerca das 03:00 (20:00 em Lisboa), cerca de 150 agentes da polícia antimotim regressaram ao local para desimpedir as ruas, onde centenas de manifestantes pernoitavam.
Para além desta intervenção, a noite ficou marcada por um caso que manchou a ação policial. Um vídeo começou esta noite a circular nas redes sociais e mostra um ativista a ser levado por seis polícias para uma esquina escura e isolada, depois de ter sido algemado com fitas de plástico.
[youtube:2YhfiXH4FCo]
De acordo com o advogado de defesa, a violência continuou dentro da esquadra para onde o ativista foi depois levado. As chefias policiais já anunciaram a suspensão dos agentes envolvidos neste caso.
O ativista pertence ao chamado Partido Cívico de Hong Kong, e o líder do partido, Alan Leong, já veio pedir uma investigação da procuradoria e a detenção dos agentes. Existem ainda relatos de outros três manifestantes feridos e com nódoas negras e que foram tratados no hospital.
A Amnistia Internacional (AI) juntou-se também ao coro de condenações da alegada agressão a Ken Tsang. «Os agentes da polícia de Hong Kong envolvidos na agressão de um manifestante pró-democracia, já detido, têm de enfrentar a Justiça», afirmou a organização em comunicado citado pelo jornal South China Morning Post.
Mabel Au, diretora da AI de Hong Kong, disse que tudo aponta para um «feroz ataque contra um homem detido que não representava ameaça para a polícia», apelando a uma investigação imediata. «Todos os indivíduos envolvidos em atos ilegais devem ser acusados», defendeu.