51 milhões de refugiados e deslocados, um número superior ao da II Guerra Mundial
Neste momento há mais de 51 milhões de pessoas deslocadas ou refugiadas. É cinco vezes a população de Portugal. Em entrevista ao jornal Público, António Guterres alerta que esta é uma das fasquias mais altas da história da humanidade. Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados antevê que o próximo ano não seja melhor.
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O atual número é semelhante ao que havia no fim da segunda Guerra Mundial. Nesta entrevista ao Público Guterres sublinha que além dos 13 milhões de pessoas afetadas no conflito entre a Síria e o Iraque há uma lista interminável de conflitos que Guterres lamenta serem menos mediáticos. Mas o facto de serem menos falados não significa que sejam menos dramáticos.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados refere-se aos casos da República Centro-Africana, Sudão do Sul, Etiópia, Quénia, Uganda e tantos outros pontos do globo. Situações, diz Guterres, que são negligenciadas pela comunidade internacional porque está tudo de olhos postos no Médio Oriente.
António Guterres confessa-se também preocupado com os fenómenos de emigração que diz serem hoje muito diferentes. Antigamente as pessoas emigravam à procura de melhores condições económicas. Hoje, além desses, que são cada vez mais, há também os emigrantes que vão apenas à procura de sobreviver. Guterres menciona por exemplo os milhares de pessoas que cruzam o Mediterrâneo em barcaças apenas à espera que alguém os salve.
Na entrevista Guterres questiona que mundo é este. Pergunta-se se estamos numa fase de transição para um mundo com uma nova estrutura ou se, pelo contrário, este já é o novo mundo em que está para ficar o caos nas relações internacionais.