
David Cameron e o Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker
Yves Herman/Reuters
No Conselho Europeu desta quinta-feira, as atenções voltam-se para a discussão do plano de salvaguardas exigidas pelo Reino Unido para apoiar a permanência na União Europeia no referendo do próximo ano.
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O encontro acontece num momento que o Presidente do Conselho Europeu considera crucial para tentar forjar um acordo que convença o governo britânico a argumentar a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia.
Mas o Presidente do Conselho Europeu não vê garantias de entendimento para um acordo que tem como ponto principal um travão de emergência que daria à Grã-Bretanha a possibilidade de limitar benefícios sociais a cidadãos europeus a trabalhar em solo britânico.
Vários países alegam que o plano é discriminatório e representa um revés para o princípio fundamental da livre circulação.
Também controversa é a possibilidade de o acordo contemplar salvaguardas especiais que permitam a um país que não pertence à zona euro vetar decisões do bloco da união económica e monetária.
Fontes europeias garantem à TSF que a decisão final irá satisfazer a vontade de várias países que se manifestaram contra qualquer modalidade que dê a Londres o poder de veto de decisões da zona euro.
Donald Tusk quer um acordo legalmente vinculativo e irreversível que aborde as preocupações do Reino Unido sendo satisfatório para todos e ao mesmo tempo não comprometa os valores fundamentais.
A ausência de um entendimento seria, para o Presidente do Conselho Europeu, uma vitória geopolítica para aqueles que procuram dividir a Europa, além de uma derrota para o Reino Unido e para a União Europeia.
Em declarações mais ou menos dramatizadas nos corredores diplomáticos de Bruxelas, ninguém esconde que é a integridade do bloco europeu que está em causa podendo, no cenário mais extremo, levar a que a União Europeia perca um dos estados-membros.