O novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping, assumiu hoje o cargo de Presidente da República, completando um processo de sucessão política que ocorre apenas uma vez por década.
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Como os seus dois últimos antecessores (Jiang Zemin e Hu Jintao), Xi Jinping deverá encabeçar a liderança chinesa durante os próximos dez anos.
A China, entretanto, deverá tornar-se uma «sociedade moderadamente próspera», o objetivo prometido pelo XVIII Congresso do PCC, que elegeu Xi Jinping como o líder da nova geração, em setembro passado.
Xi Jinping foi eleito pela Assembleia Nacional Popular, o supremo orgão do poder de Estado, segundo a Constituição, composto por cerca de 3.000 delegados.
Dos 2.956 delegados que participaram no escrutínio apenas um votou contra e três abstiveram-se.
Depois de anunciado o resultado, Xi Jinping inclinou-se diante da assistência que o aplaudia, e, a seguir, cumprimentou o antecessor, Hu Jintao, sentado ao seu lado na tribuna do Grande Palácio do Povo, em Pequim.
Filho do general Xi Zhongxun, antigo vice-primeiro-ministro, Xi Jinping nasceu em 1959 e é casado com uma popular cantora, Peng Liyuan.
Hoje de manhã (hora local), os delegados à Assembleia Nacional Popular elegeram também o novo vice-presidente, Li Yuanchao, que obteve 96% dos votos - menos 3,8 pontos percentuais do que Xi Jinping.
Foi a segunda transferência pacífica de poderes em 63 anos de governação comunista.
De acordo com a prática adotada nos últimos vintes anos, o mandato dos titulares dos principais orgãos do Estado é de cinco anos e só pode ser renovado uma vez.
Este processo de sucessão, instituído na década de 1990, é considerado pelos responsáveis chineses "o mais importante sucesso político da China dos últimos tempos, com grande impacto em todo o país e na governação mundial".
Ainda esta semana, os delegados à Assembleia Nacional Popular vão também escolher o próximo primeiro-ministro.
Li Keqiang, o "numero 2" da hierarquia do PCC, a seguir a Xi Jingping, deverá assumir o cargo, sucedendo a Wen Jiabao.
A China é já a segunda maior economia mundial, mas dada a sua elevada população, o valor do Produto Interno Bruto per capita, estimado em menos de 6.000 dólares, é inferior ao de alguns países africanos.
Cerca de 100 milhões de chineses (7,5% da população) vivem ainda abaixo da "linha de pobreza", com menos de 2.300 yuan por ano (300 euros).