França, Reino Unido e Alemanha têm enfrentado pedidos de de várias nações que querem reaver peças que saíram dos territórios de origem e que são considerados parte da sua História. Macron encomendou mesmo um relatório, que defende que as pretensões dos países africanos são legítimas.
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Há obras que foram retiradas e enviadas para França sem o consentimento dos países de origem, em África, por isso devem ser devolvidas.
A conclusão é considerada legítima pelos autores do relatório, que teve no Presidente francês o principal impulsionador. Para Emmanuel Macron, o património africano não pode ficar apenas nas mãos de coleções privadas e de museus europeus.
Estima-se que em França estejam mais de 90 mil peças. O relatório, assinado por uma historiadora francesa e um economista senegalês, calcula que entre 90 e 95% da herança cultural africana não se encontra naquele continente.
No caso de França, os dois consideram que a devolução deve ser faseada, sugerindo que o processo comece pela entrega de peças ao Senegal, Nigéria, Etiópia, Mali e Camarões.
Em 2018, ano em que foi feito o relatório, a República do Benim enviou um pedido. Paris acedeu, então, a restituir, "sem demoras", 26 obras de arte tomadas pelo exército francês, no século XIX.
O Museu Britânico também aceitou a entrega voluntária de algumas peças - os "bronzes do Benim". Mas o Governo britânico tem várias obras envolvidas em disputas do mesmo género. Por exemplo, a pedra da Roseta, reclamada pelo Egito.
A devolução de património não remonta apenas aos tempos em que as grandes potências europeias eram donas de terras africanas. Na Alemanha, o Governo assinou a entrega a Itália de um quadro de um artista holandês, que tinha sido roubado por tropas nazis na Segunda Grande Guerra. E em França foi criado um serviço para identificar espólio judeu roubado na mesma época, que vai ser devolvido. Mais recentemente, o Reino Unido anunciou que o Iraque e ao Afeganistão vão recuperar obras de arte que foram roubadas durante os conflitos, já em pleno século XXI.