A partir de Díli, João Gomes Cravinho lembra como era Timor-Leste há 20 anos.
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Vinte anos depois do referendo que deu a independência a Timor-Leste, o ministro da defesa, João Gomes Cravinho, que está em Timor em representação do primeiro-ministro António Costa, realça o papel da diplomacia portuguesa em todo o difícil processo, que levou ao nascimento de um novo país.
"A diplomacia portuguesa teve em Timor talvez o seu maior feito depois do 25 de Abril, sem o compromisso de diversos Governos portugueses ao longo dos anos, possivelmente, Timor não seria hoje independente. Essa é uma obra que nos orgulha muito e é também uma responsabilidade grande. Nos últimos vinte anos, investimos bastante na cooperação portuguesa. Hoje em dia, por exemplo, a língua portuguesa fala-se de uma maneira que é muitíssimo mais implantada e disseminada do que há dez ou vinte anos."
A partir de Díli, João Gomes Cravinho lembra que estava em Timor há precisamente 20 anos. Agora, é com emoção que volta a um país muito diferente: "Estive aqui em setembro de 1999 com Díli ainda em chamas. A cidade com escombros por todo o lado, com pessoas mortas pelas milícias e um clima muito pesado, muito doloroso e, portanto, é uma emoção muito grande e uma alegria muito grande estar aqui passado vinte anos e ver um país consolidado, otimista, que encara o futuro, independente, soberano. O caminho de Timor-Leste foi um caminho muito impressionante ao longo destas últimas duas décadas."
O ministro da defesa adianta que em breve, os militares portugueses vão dar formação em Timor, no âmbito de uma cooperação que já vem de longe: "Uma das áreas novas diz respeito ao mar, nomeadamente à criação de uma autoridade marítima nacional. Vamos apoiar esse processo de diversas formas. Os militares cooperantes que virão para Timor-Leste nos próximos meses terão formação especial nessa área."