São 135 nomes, 110 foram escolhidos por Francisco e qualquer um pode ser o escolhido. Neste momento há mais de 240 cardeais no mundo, mas nem todos podem votar ou ser eleitos por terem mais de 80 anos
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Pela primeira vez num conclave, os europeus não estão em maioria porque o Papa Francisco quis mostrar uma igreja global e nomeou muitos cardeais fora do velho continente. Apesar disso, grande parte dos nomes apontados como favoritos são da Europa.
Matteo Maria Zuppi, o arcebispo de Bolonha é referido muitas vezes pela imprensa italiana como o “Bergoglio de Itália” por causa da forte ligação que tinha com Francisco. Tem 69 anos e fala português. Zuppi foi presidente da Comunidade de Santo Egídio e um dos negociadores que ajudou a acabar com os 17 anos de guerra civil em Moçambique. Essa experiência como diplomata levou o Papa Francisco a enviá-lo, recentemente, à Ucrânia para tentar reduzir a tensão do conflito.
Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, nasceu há 68 anos em Malta. É um dos nomes que integra praticamente todas as listas de favoritos. Inicialmente visto como um conservador, Grech tornou-se um forte apoiante das reformas de Francisco. Na última década defendeu uma igreja mais aberta às minorias, mais moderna e menos individualista. Como secretário-geral do Sínodo dos Bispos, é muito conhecido entre os cardeais, o que lhe dá alguma vantagem no conclave.
O cardeal Parolin está também entre os favoritos, ele é desde 2013 secretário-geral do Vaticano. O cargo que ocupa é o segundo na hierarquia da igreja e por isso os secretários de Estado são frequentemente designados por “papa adjunto”. Aos 70 anos é visto como um potencial candidato de compromisso entre progressistas e conservadores. Com Bento XVI, Parolin foi ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros. Em 2009 foi nomeado embaixador do Vaticano na Venezuela, onde defendeu a Igreja contra as tentativas de a enfraquecer por parte do então Presidente Hugo Chávez. Foi ainda o principal arquiteto da aproximação do Vaticano à China e ao Vietname.
Já o cardeal Omella, arcebispo de Barcelona não gosta que se divida a igreja em fações. Ele já disse várias vezes que não aprecia as palavras progressista e retrógrado, porque tem dificuldade em discernir qual é qual. Ele interroga-se, por exemplo, por que é que a eutanásia é uma posição considerada progressista e os cuidados paliativos não são?
Juan Jose Omella é espanhol e está quase no limite da idade, tem 79 anos. Ele é normalmente referido como um homem despretensioso e bem-humorado que luta pela justiça social e por uma visão inclusiva do catolicismo.
Fora da Europa, surgem vários candidatos norte-americanos. Muitos especialistas consideram improvável que os cardeais escolham pela primeira vez um Papa norte-americano, mas se isso acontecesse, o Cardeal Tobin, arcebispo de Newark, de 72 anos, seria o candidato mais forte. Tobin foi líder de uma importante ordem religiosa, a Congregação do Cristo Redentor. Passou diversos anos em vários países e fala fluentemente italiano, espanhol, francês e português. Ele foi nomeado pelo Papa Bento XVI Arcebispo de Indianápolis. Francisco promoveu-o a cardeal em 2016 e, mais tarde, nomeou-o arcebispo de Newark.
Na lista de sucessores do Papa Francisco há ainda um filipino. O cardeal Tagle tem 67 anos, foi nomeado Cardeal por Bento XVI, mas foi Francisco que o levou para o Vaticano. Em 2019, num gesto interpretado com uma tentativa de lhe dar uma maior experiência, nomeou-o chefe do braço missionário da Igreja, mais conhecido como o Dicastério para a Evangelização. Luis Antonio Gokim Tagle, de 67 anos, é conhecido como o “Francisco asiático”, mas ele prefere que lhe chamem “Chito”.