O ex-ministro da Moldova para a reintegração da Transnístria considera que "agora é o momento em que tudo está instável e tudo se está a mexer", por isso, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia é "um desafio e uma grande ameaça para a segurança da Moldávia".
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A Transnístria foi, até 1940, uma região ucraniana, mas depois passou para domínio da Moldávia e assim continua, até ao momento.
Com o final da União Soviética, em 1991, reacenderam-se as ambições separatistas do território, que acabaram numa guerra civil, mas há 30 anos que o território vive sem sobressaltos.
Com a Guerra na Ucrânia, surgiu a oportunidade dos moldavos voltarem a tomar conta do território além do rio Dniestre.
Para o ex-ministro da Moldova para a reintegração da Transnístria, Alexander Flenca, "agora é o momento em que tudo está instável e tudo se está a mexer", considerando que o conflito entre ucranianos e russos é "um desafio e uma grande ameaça para a segurança da Moldávia".
"Por isso é que não podemos ficar sentados à espera que a guerra termine e ver no que dá, depois tentamos encontrar o nosso espaço nesta nova Europa? Não! Nessa altura será demasiado tarde", alerta.
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Na opinião do moldavo, a "guerra mudou tudo para a Transnístria". Na região, existe o maior paiol da Europa, que tem cerca de 20 milhões de toneladas de material de guerra soviético, mas Flenca não acredita que Putin reconheça a independência do ex-território soviético.
"Para Vladimir Putin há poucas nações no mundo, os membros do Conselho de Segurança da ONU e talvez a Alemanha. Portanto, são seis no total. Todos os outros países não têm direito à soberania nem a participarem nas relações internacionais. São apenas zonas de influência como Putin gosta de dizer", explica o ex-ministro. O presidente russo tem uma mensagem clara, segundo Alexander Flenca, a da divisão do mundo.
A sobrevivência económica da Transnístria depende de Moscovo, porque, por exemplo, o gás russo ainda chega gratuitamente à região, que tem meio milhão de habitantes.
Nos últimos anos, a União Europeia (UE) tem fortalecido relações económicas com a Moldova. Ainda assim, um advogado que lidera uma organização de direitos humanos no país e na Transnístria, reconhece que os moldavos ainda não estão preparados para entrar na UE.
Para o advogado, a culpa é da Rússia. "Temos problemas artificiais criados pela Federação russa", começa por referir, explicando que "circula muito dinheiro negro que vem sobretudo da Transnístria, mas as também através da igreja e da comunicação social".
"Estes problemas são perigosos para a nossa estabilidade, para as reformas que precisamos e encorajam a corrupção", conclui.