Bashar al-Assad resistiu à Primavera Árabe e, desde então, a guerra que começou na Síria foi atraindo cada vez mais países.
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A Coreia do Norte terá sido o último país a entrar no gigantesco caldeirão em que se tornou a guerra na Síria, ajudando Bashar al-Assad a fabricar armas químicas. O que começou como um protesto pacífico em 2011, transformou-se na maior guerra do início do século XXI.
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A inspiração para os que pediram a saída de Bashar al-Assad foi a Primavera Árabe, que fez cair Muammar Kadhafi, Hosni Mubarak e Ben Ali. O presidente sírio recusou-se a seguir o exemplo dos chefes de Estado da Líbia, Egito e Tunísia. Bashar decidiu imitar o pai, que liderou o país durante três décadas com mão de ferro, e quando os protestos começaram foi implacável na resposta. Estava dado o primeiro passo para a guerra que nos últimos sete anos atraiu as potências regionais e mundiais.
A Rússia e o Irão têm apoiado o governo de Bashar al-Assad e estima-se que Teerão esteja a gastar milhões de euros, fornecendo conselheiros militares, milícias e armamento. A Rússia, a pedido de Damasco, lançou uma campanha aérea contra os rebeldes, mobilizou a força naval e tem também militares no terreno.
O governo sírio tem ainda, desde 2013, o apoio do movimento libanês Hezbollah. Já a oposição recebeu apoios de países como a Arábia Saudita, Qatar, Jordânia, Reino Unido e França.
Os Estados Unidos só se envolveram mais intensamente quando em 2014 o Daesh se deu a conhecer ao mundo com a proclamação do Califado. A coligação internacional foi estabelecida nesse ano para combater os extremistas, mas atacou também objetivos governamentais.
O conflito envolve ainda forças curdas que, em 2012, quando o exército sírio retirou, assumiram o controlo de três enclaves no norte do país. A Turquia que apoia os rebeldes está agora também a combater os curdos. Israel tem sido neutral, mas já estabeleceu linhas vermelhas como o contrabando de armamento sofisticado para o Hezbollah e a presença do Irão junto às fronteiras israelitas.