Mahmoud Kullab, da organização Médicos Sem Fronteiras, deparou-se com um cenário de terror junto ao hospital Nasser
Corpo do artigo
“Monstruoso.” É a palavra que Mahmoud Kullab, da organização Médicos Sem Fronteiras, utiliza para descrever o ataque israelita contra o hospital Nasser, em Gaza, que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.
Mahmoud Kullab tinha saído do hospital para ir buscar o pequeno-almoço para o pai, “que estava doente no Nasser”. De repente, conta, “o prédio foi atingido na escada de emergência, onde estavam muitas pessoas”.
Os médicos dos serviços de emergência e os paramédicos chegaram rapidamente à zona bombardeada, mas o hospital foi atingido mais uma vez: "Tudo à minha frente. Eu estava a ver. Os médicos a tentar resgatar os feridos... é uma imagem monstruosa."
O médico lamenta que isto esteja "a acontecer numa altura em que faltam materiais e equipamentos" de socorro em Gaza e não tem dúvidas: "Isto torna este cenário ainda mais brutal. Não sei o que dizer... É algo monstruoso."
Israel bombardeou o hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, na segunda-feira de manhã. Pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas, morreram no ataque, já condenado por vários países.
Ainda nesse na segunda-feira, um sexto jornalista, Hasan Douhan, do jornal diário palestiniano Al Hayat, foi morto a tiro em Al Mawasi, no sul de Gaza.
Esta terça-feira, o jornal Times of Israel adiantou que o gabinete de segurança do Governo de Israel vai reunir-se esta tarde, para discutir a situação em Gaza e planos alcançar um acordo que permita a libertação dos reféns. Não se sabe, no entanto, se o Governo vai discutir a proposta de cessar-fogo que o Hamas aceitou na semana passada.
A notícia da nova reunião do gabinete de segurança israelita surge no dia nacional de luta, convocado pelas famílias dos reféns. São 50, mas acredita-se que apenas 20 ainda estarão vivos.
